1º Fiat: A Criação

A CRIAÇÃO

Então, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e dominem sobre os peixes do mar, e sobre as aves do céu, e sobre os animais, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra”. Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus Ele o criou; homem e mulher Ele os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra e submetei-a; e terás domínio sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu e sobre todos os seres vivos que se movem sobre a terra” (Gênesis 1, 26-28).

O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem se tornou um ser vivo (Gênesis 2, 7).
Quando a mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento, ela tomou seus frutos e comeu; e ela também deu um pouco ao marido, e ele comeu. Então, os olhos de ambos foram abertos, e eles sabiam que estavam nus; e costuraram folhas de figueira e fizeram vestes para si. (Gênesis 3, 6-7).

Quando Deus criou o homem, Ele o fez à imagem de Deus. Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de Homem no dia em que os criou (antes do pecado original). Adão viveu cento e trinta anos e gerou um filho à sua semelhança, à sua imagem, e deu-lhe o nome de Set.(Depois do pecado original, o homem perdeu sua antiga semelhança com Deus, e sua imagem de Deus foi obscurecida e distorcida.) (Gênesis 5)

LIVRO DO CÉU
Por Luísa Piccarreta

Deus criou o universo para servir como morada para o homem, e a alma do homem foi feita para servir como morada para Deus. Um dia, Luísa Piccarreta estava pensando sobre o grande amor de Deus, quando Ele estava formando o corpo de Adão, antes da infusão de sua alma. Ela percebeu que Deus já amava Adão antes que ele existisse, com o amor que um pai tem para com seu filho recém-nascido.

Respondendo a seus pensamentos, Jesus explicou à Luísa que, enquanto a Santíssima Trindade estava formando o corpo do homem, e antes de colocar a vida nele, eles se comportaram como os pais fazem com o filho que dorme. Cheios de ternura e amor, eles o beijam e o abraçam com força; e o tempo todo a criança adormecida “não percebe” isso. A Santíssima Trindade, extasiada com amor irreprimível, deu muitos, muitos abraços e beijos em Adão antes mesmo de lhe dar sua alma, e Eles forneceram calor para seu corpo pela respiração e pelo coração palpitante que Eles criaram para ele. Jesus continuou falando com Luísa e lhe disse que a Divina Vontade é o revelador da obra da Criação, e que a Divina Vontade, por si só, pode deixar o homem conhecer os segredos do Amor Divino escondido na Criação.

Jesus disse à Luísa que Adão não sabia de tudo e não sabia quantas ingenuidades e toques amorosos a Santíssima Trindade usava para criar seu corpo e sua alma, e que, à medida que a vida de Adão começou a se desabrochar, eles, pouco a pouco, deram a ele surpresas, deixando-o saber o quanto o amavam e quantos beijos secretos Eles haviam lhe dado. Mais tarde, Jesus disse a Luísa que Adão se retirou de Sua Vontade e, ao fazê-lo, perdeu o revelador. Como resultado de sua perda do revelador, aqueles que vieram depois de Adão e Eva nunca souberam o quanto a Santíssima Trindade os amava e as muitas coisas que fizeram por eles quando os criaram.

Antes de criar Adão, a Santíssima Trindade olhou para toda a Criação e explodiu de amor. Eles exclamaram: “Quão belas são as nossas obras – mas faremos do homem a mais bela dentre todas as criaturas!” E concentraram tudo nele e encontraram a Criação dentro e ao redor dele, encerrando nele o céu da razão, o sol da inteligência, a rapidez do vento no pensamento, a extensão do espaço e domínio na vontade, movimento da alma, onde Eles colocaram o mar da Graça, o ar celestial do Amor Divino, e todos os sentidos do corpo, e exclamaram: “Ó homem, quão belo você é!” Mas, não disposto a parar, a Santíssima Trindade infundiu dentro deste primeiro homem o grande Sol de sua Divina Vontade, e deu a ele o grande dom da fala, capacitando-o com palavras e ações para ser o arauto eloquente de seu Criador. E aproveitou tão exuberante amor por ele que a imensidão da Santíssima Trindade o envolveu em todos os lugares e em todos os instantes; Sua Onisciência o encontrou em tudo.

O poder da Santíssima Trindade sustentava o homem e o levava para todos os lugares; a vida e o movimento da Santíssima Trindade batiam no seu coração; respiravam em sua respiração, trabalhavam em suas mãos e andavam em seus pés. Com infinita sabedoria, Eles derramaram Seu amor, Seu poder, Sua Vontade nele e não queriam nada em troca, exceto que Adão os amasse e vivesse livremente em Sua Vontade, reconhecendo o quanto Eles o amavam e o que Eles tinham feito para ele. O homem sempre foi o ideal da Santíssima Trindade. O homem seria o lugar onde a Trindade desdobraria o seu trabalho criativo, a vida e o seu amor eterno. Esta é a obra da incompreensibilidade divina, desconhecida e não compreendida pelos humanos, que são incapazes de explicá-la. Esses são mistérios celestiais antigos – segredos ocultos conhecidos apenas por Deus, a Santíssima Trindade, diante dos quais o homem deve se curvar em adoração ao Seu incompreensível Ser. A história do amor de Deus pelo homem, antes mesmo de criá-lo, é espantosa. A Adorável Majestade da Santíssima Trindade quis estabelecer o homem como rei de toda a Criação, concedendo-lhe domínio sobre tudo, e senhor de todas as Suas obras.
Isto requereria que dotassem o homem de tal maneira que ele possuísse, dentro de si, tudo o que Eles haviam espalhado na Criação. Assim, a vocação do homem de ser rei dos céus, do sol, do vento, do mar e tudo o mais exigiria que ele possuísse dentro de si um céu, um sol, etc., para que a Criação fosse refletida nele e ele refletido na Criação, e ser seu senhor, como Deus pretendia. O homem não poderia ser tal rei e senhor se não tivesse olhos cheio de luz para aproveitar e ter tanta luz do sol quanto desejasse, ou se não tivesse mãos ou pés que o permitissem andar sobre a terra e tomar o que ela produz, ou se estivesse sem pulmões para respirar o ar, e assim por diante com o resto de suas faculdades. Por não viver na Vontade Divina, o homem põe em desordem todos os atos que Deus ordenou nele desde a eternidade.

Deus se amou no homem e amou a série contínua de Seus atos que deveriam ser feitos no homem. E quando Deus trouxe o homem à existência no tempo, Ele queria que o homem estivesse de acordo com o que Deus havia feito. Mas tal capacidade no homem exigia que ele possuísse a Divina Vontade que lhe daria a virtude divina de fazer, no tempo, o que havia sido confirmado e feito sem ele na eternidade pela Santíssima e Adorável Trindade. Todo o problema humano começou quando Adão se retirou, e retirou a humanidade da posse da Divina Vontade e do seu único ato que formou a Vida real, não mística, da Trindade Santa nele como no céu.

Ele perdeu um Dom que era Divino, e um Redentor Divino teria que restaurá-lo para a humanidade, o que o Verbo Encarnado fez 2000 anos atrás. Então, Jesus orou por esse Dom restaurado – a posse e a vida do Reino do Pai – que havia de vir. E, de fato, veio com a vida de Luísa Piccarreta, cujos escritos, no “Livro do Céu”, fornecem o conhecimento do Reino, como tomar posse dele e viver nele. Assim, finalmente, resolvendo o problema humano em um novo tempo, vem em breve, no terceiro milênio cristão para aqueles que o querem.