Na passagem de 19 de julho de 1907, Jesus fala a Luísa sobre a diferença entre a Divina Vontade que é luz e a vontade humana que é trevas (em sua inclinação para o mal como consequência do pecado original). Ele diz:
“Minha filha, tenha muito cuidado ao falar da Minha Vontade, porque a Minha Vontade é tão feliz que forma Nossa própria bem-aventurança, enquanto a vontade humana é tão infeliz, que se pudesse entrar na Nossa, destruiria Nossa felicidade e travaria guerra contra nós. Por isso, não entram em Minha Vontade nem aridez, nem tentação, nem defeitos, nem inquietação, nem frieza, porque Minha Vontade é Luz e contém todos os gostos possíveis. A vontade humana nada mais é do que uma pequena gota de escuridão, toda cheia de desgostos. Portanto, se a alma já está dentro da Minha Vontade, antes de entrar, ao contato com a Minha Vontade, Sua luz dissipou a pequena gota de escuridão para poder tê-la em Si; Seu calor dissolveu a frieza e a aridez; Seus gostos divinos removeram os desgostos, e Minha felicidade a libertou de toda infelicidade.”
Na exortação apostólica Lumen Fidei (nos. 4-7), o Papa Francisco afirma que a luz da fé é única, porque é capaz de iluminar todos os aspectos da existência humana. Uma luz tão poderosa não pode vir de nós, mas de uma fonte mais originária: em uma palavra, tem de vir de Deus. A fé nasce do encontro com o Deus vivo que nos chama e revela o seu amor, um amor que nos precede e no qual podemos apoiar-nos para a segurança e a edificação da nossa vida.
Transformados por esse amor, ganhamos uma nova visão, novos olhos para ver; percebemos que contém uma grande promessa de cumprimento e que uma visão do futuro se abre diante de nós. A fé, recebida de Deus como um dom sobrenatural, torna-se uma luz para o nosso caminho, guiando o nosso caminho no tempo. Por um lado, é uma luz que vem do passado, a luz da memória fundamental da vida de Jesus que revelou o seu amor perfeitamente confiável, um amor capaz de triunfar sobre a morte.
Aquilo que Jesus nos diz através de Luísa também nos leva de volta ao Evangelho de João: “Eu vim como luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas” ( Jo 12, 46). São Paulo afirma também: “Pois Deus, que disse ‘Das trevas brilhe a luz’ , fez resplandecer a sua luz nos nossos corações(2 Cor 4, 6). Além disso, o Papa Francisco no Angelus de 22 de março de 2020 nos fala novamente sobre a luz da fé. Ele diz: Com a luz da fé aquele que era cego descobre sua nova identidade. Ele agora é uma “nova criatura”, capaz de ver a sua vida e o mundo que o rodeia sob uma nova luz, porque entrou em comunhão com Cristo, entrou em outra dimensão.
O cego curado, que agora vê com os olhos do corpo e com os da alma, é a imagem de todo batizado que, imerso na Graça, foi arrancado das trevas e colocado na luz da fé. Mas não basta receber a luz, é preciso tornar – se luz . Cada um de nós é chamado a receber a luz divina para manifestá-la com toda a vida. São Paulo nos lembra isso hoje: “Comportai-vos como verdadeiras luzes.O fruto da luz é bondade, justiça e verdade” Ef 5, 8-9).
Angela Iurillo
(Texto original: https://www.luisapiccarretaofficial.org/news/the-light-that-brightens-our-darkness/662)
Sugestão foto: https://pixabay.com/pt/photos/outono-paisagem-natureza-dourado-219972/