“Quando a natureza humana vive sem a Minha Vontade, sucede como que um deslocamento dentro do ser humano.”
Mais cedo este ano nos chega a Quaresma, tempo de penitência, jejum, oração, reflexão. Tempo em que somos chamados a nos preparar para bem vivenciar, na Semana Santa, a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Mais uma vez a Igreja nos concede, por meio de seus ministros, o perdão de nossas faltas, de nossos pecados, se assim o desejarmos e tivermos, de fato, o sincero arrependimento. Quantas graças nos vêm pelo Sacramento da Penitência!
Mas o que é, afinal, o pecado, motivo pelo qual devemos nos confessar? Pode-se dizer que, em suma, é o afastar-se da vontade de Deus, tal qual fizeram nossos primeiros pais, Adão e Eva, e em consequência, fazemos também nós. Torna-se, portanto, evidente que, ao contrário, quanto mais próximos de Deus e de sua vontade, mais naturalmente reconhecemos em nossa vida o que nos leva para longe d´Ele, causa de nossa infelicidade.
Os frutos amargos desse afastamento são aqueles que todos nós bem conhecemos: egoísmo, orgulho, intolerância, discórdia, falta de perdão, falta de caridade, de amor, a nós mesmos e ao próximo. Não amamos, não cedemos, não acolhemos. O “eu” a todo momento fala mais alto: “Eu quero! Eu faço! Eu decido! Eu digo quando, quem e onde”. Não nos submetemos ao que não estiver de acordo com o nosso próprio querer. Há uma briga infindável com o outro e consigo se assim não for. Não fosse assim, não haveria tantos desentendimentos, tantas separações, divisões, tantas guerras… O mundo está desordem, sim, porque nós estamos desordenados.
“Quando a natureza humana vive sem a Minha Vontade, sucede como que um deslocamento dentro do ser humano. Na verdade, ordem, força, amor, luz, santidade e a própria razão, se tornam deslocados. Todos estes dons estão na criatura porque foram colocados nela por Deus, como em um santuário; mas eles estão fora de seu lugar e, portanto, todos em desordem.” (Jesus à serva de Deus Luísa Piccarreta).
Fomos criados por Deus para vivermos unidos ao Seu Querer. Longe d´Ele e de Seu plano, vivemos errantes.
Reconciliemos-nos! Reconheçamos a nossa dependência e pertença a Deus. Isso não é, nem de longe, o perder de nosso livre arbítrio; ao contrário, é a reconquista de nossa verdadeira liberdade, a liberdade dos filhos de Deus.
Façamos, pois, um bom exame de consciência e peçamos ao Espírito da Verdade, ao Espírito Santo, que nos ajude a reconhecer a nossa filiação e nos conceda a graça de voltarmos ao amor de Deus, ao centro de Sua Santa e Divina Vontade.
Que o Plano Original e amoroso do Pai se cumpra em nós; em todos e em cada um de nós! “Oh! quão felizes seremos!”
Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus
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