AcesseApelo maternal da Rainha do Céu

Acesse: Oração à Rainha Celestial para cada dia do mês de maio

Lição adicional nº 1 (amplia a meditação do dia vinte)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade. No ardor de seu amor, Maria, sentindo-se Mãe de Jesus, se encaminha em busca de corações para santificar. Ela visita Santa Isabel. A Santificação de São João Batista.

A alma para sua Mãe Celestial:

Mãe Celestial, sua pobre filha tem extrema necessidade da Senhora! Sendo minha Mãe e a Mãe de Jesus, sinto o direito de estar perto, de me colocar ao seu lado, seguir os seus passos para modelar os meus. Mãe Santa, dê-me a mão e me conduza com a Senhora, para que possa aprender e comportar-me bem nas várias ações de minha vida.

Lição da Rainha do Céu:

Bem-aventurada filha, quão doce é sua companhia para mim! Ao ver que quer me seguir, para me imitar, sinto alívio das chamas do amor que me devoram. Oh! sim, tendo-a perto, poderei ensiná-la a viver de Vontade Divina com maior facilidade. Enquanto me segue, ouça-me:

Assim que me tornei Mãe de Jesus e sua Mãe, meus mares de amor dobraram; e, incapaz de contê-los todos, sentia a necessidade de expandi-los e ser, mesmo à custa de grandes sacrifícios, a primeira portadora de Jesus às criaturas. Mas, o que estou dizendo, sacrifícios? Quando se ama de verdade, os sacrifícios, as dores, são refrigério, são alívios e manifestações do amor que se possui. Ó minha filha, se você não experimenta o bem do sacrifício, se você não sente como esse traz as alegrias mais íntimas, é sinal de que o Amor Divino não preenche toda a sua alma e, portanto, que a Divina Vontade não reina em você como Rainha. Só Essa dá tal força à alma para torná-la invencível e capaz de suportar qualquer dor.

Coloque a mão em seu coração e observe quantos vazios de amor há nele. Reflita: aquela secreta autoestima, que fica incomodada por cada mínima contrariedade; aqueles pequenos apegos que sente a coisas e a pessoas; aquele cansaço ao fazer o bem; aquele aborrecimento causado pelo que não é do seu agrado; equivale a muitos vazios de amor em seu coração, vazios que, iguais a febres, privam-na da força e do desejo de preencher-se de Vontade Divina. Oh! como sentirá também a refrescante e conquistadora virtude nos seus sacrifícios, se preencher esses vazios com amor!

Minha filha, dê-me agora a sua mão e me siga, porque vou continuar a lhe dar minhas lições.

Eu deixei Nazaré, acompanhada por São José, enfrentando uma longa viagem, passando sobre as montanhas, para ir à Judeia para visitar Isabel, que milagrosamente se tornou mãe em uma idade tardia. Vim a ela não apenas para lhe fazer uma visita simples, mas sim porque ardia do desejo de lhe trazer Jesus. A plenitude da Graça, do Amor, da Luz que sentia em mim me empurrava a levar, a multiplicar, a centuplicar a Vida de meu Filho nas criaturas.

Sim, minha filha, o amor de Mãe que tinha para todos os homens, e para você em particular, era tão grande que sentia a extrema necessidade de dar a todos o meu querido Jesus, para que todos pudessem possuí-Lo e amá-Lo. O direito de Mãe, concedido a mim pelo Fiat, me enriqueceu com tanta Potência para multiplicar tantas vezes Jesus quantas eram as criaturas que queriam recebê-Lo. Este era o maior milagre que eu poderia fazer: ter Jesus pronto para dá-Lo a quem o desejasse. Como me sentia feliz!

Quanto gostaria que você também, minha filha, aproximando-se das pessoas e fazendo visitas, fosse sempre portadora de Jesus, capaz de dá-Lo a conhecer e desejosa de fazê-Lo amar.

Depois de vários dias de viagem, finalmente cheguei à Judeia e fui apressadamente para a casa de Isabel. Ela veio até mim em festa. Na saudação que lhe dei, ocorreram fenômenos maravilhosos. Meu pequeno Jesus exultou no meu ventre; e, fixando com os raios de Sua própria Divindade o pequeno João no seio de sua Mãe, santificou-o, deu-lhe o uso da razão e fez-lhe saber que Ele era o Filho de Deus. João, então, estremeceu tanto de amor e alegria, que Isabel sentiu-se abalada. Atingida também ela pela Luz da Divindade de meu Filho, reconhece que eu me tornara a Mãe de Deus; e, na ênfase de seu amor, tremendo de gratidão, exclamou: “De onde me vem tanta honra que a Mãe de meu Senhor venha até mim?

Não neguei o altíssimo mistério; em vez disso, humildemente o confirmei. Ao exaltar a Deus com o cântico do Magnificat, cântico sublime, por meio do qual a Igreja me honra continuamente, anunciei que o Senhor tinha feito grandes coisas em mim, sua serva, e que, por essa razão, todos os povos me chamariam bem-aventurada.

Minha filha, sentia-me consumida pelo desejo de dar um desabafo às chamas do amor que me consumiam e manifestar meu segredo a Isabel, que também desejava o Messias sobre a terra. O segredo é uma necessidade do coração que irresistivelmente se revela a pessoas capazes de se entenderem.

Quem mais poderá dizer-lhe quanto bem minha visita trouxe para Isabel, para João, para toda essa casa? Cada um ficou santificado, cheio de alegria, houve alegrias incomuns, compreendeu-se coisas inéditas; e João, em particular, recebeu todas as graças que lhe eram necessárias para se preparar para ser o Precursor do meu Filho.

Querida filha, a Divina Vontade faz coisas grandes e inauditas, onde Essa reina. Se operei tantos prodígios, era porque Ela tinha seu posto régio em mim. Se você também deixar o Divino Querer reinar em sua alma, também se tornará a portadora de Jesus para as criaturas; também sentirá a necessidade irresistível de dá-Lo a todos!

A Alma:

Santa Mãe, como lhe agradeço por suas belas lições! Sinto que têm tal poder sobre mim, de modo a fazer com que continuamente anseie viver na Divina Vontade. Mas, para obter essa graça, venha, desça junto com Jesus na minha alma; renove para mim a visita que fez a Santa Isabel e os prodígios que realizou para ela. Ah! sim, minha Mãe, traga-me Jesus, santifique-me; com Jesus, saberei fazer a Sua Santíssima Vontade.

Pequena flor:

Para me honrar, você recitará três vezes o Magnificat em ação de graças pela visita que fiz a Santa Isabel.

Jaculatória:

Santa Mãe, visite minha alma e prepare nela uma morada digna à Divina Vontade.

 

Lição adicional nº 2 (amplia a meditação do dia vinte e três)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade. A primeira hora da dor soa. Heroísmo em submeter a Criança Divina ao corte cruel da Circuncisão. 

A alma para sua Mãe Celestial:

Mãe Divina, seu amor me chama poderosamente para perto da Senhora, porque quer me fazer participar das suas alegrias e das suas dores, para encerrá-las em meu coração como promessa de seu amor e do Menino Jesus, para que eu compreenda quanto me amaram e quanto estou obrigada a imitá-los, tendo o modelo da sua vida, para fazer dela uma cópia perfeita. Santa Mãe, ajude-me para que eu os possa imitar.

Lição da Rainha do Céu:

Querida filha, como anseio por sua companhia, para lhe contar nossa história de amor e de dor! A companhia torna as alegrias mais doces, mais suaves e queridas; e a dor é mitigada e trocada com a doce companhia de quem nos ama.

Agora, deve saber que apenas oito dias passaram do nascimento do Celeste Menino. Tudo era festa e felicidade. A própria Criação, assumindo uma atitude festiva, festejava o Criador Menino. Mas o dever interrompeu nossas alegrias, porque naqueles tempos havia uma lei que dizia que todos os primogênitos tinham que se submeter ao severo corte da Circuncisão. Meu Coração de Mãe sangrava pela dor de ter que sujeitar meu querido Filho, minha Vida, meu próprio Criador a uma dor tão amarga. Ah! como gostaria de ter tomado o lugar d’Ele! Mas o Querer Supremo se impôs no meu amor; e, dando-me o heroísmo, comandou-me a circuncidar o Menino Deus. Minha filha, não pode compreender o quanto me custou; mas o Fiat Divino ganhou; e, obedeci, unida a São José. Com o acordo de ambos, meu querido Filho foi circuncidado. Ao corte doloroso, senti meu Coração rasgar; e chorei.  São José chorava, e meu querido bebê soluçava. A dor era tão grande que Ele tremia; e, olhando para mim, procurou ajuda em mim. Que hora de dor e agonia, da parte dos três! Foi tanto que, mais do que o mar, atingia todas as criaturas para trazer-lhes a primeira promessa e a própria Vida de meu Filho para salvá-los.

Agora, filha abençoada, deve saber que esse corte incluía profundos mistérios. Primeiro, foi o selo que imprimia a fraternidade com toda a família humana na pequena Humanidade do Menino Celestial; e o Sangue que Ele derramou foi o primeiro pagamento frente à Justiça Divina para resgatar todo o gênero humano. O querido Bebê era inocente; não era obrigado à lei; mas Ele queria se submeter a si mesmo, primeiro, para dar exemplo, e depois para dar confiança, coragem e dizer a todos: “Não tenham medo, sou um irmãozinho semelhante a vocês. Amemo-nos, e vou salvar a todos. Eu trarei todos para meu Pai Celestial como meus queridos irmãos.

Minha filha, que exemplo lhe dá o Bebê Celestial! Ele, que é o Autor da lei, obedece à lei. Embora nascido apenas oito dias antes, faz dela um dever e se sujeita ao corte cruel da Circuncisão, corte incancelável, como incancelável é a união que veio fazer com a humanidade degradada. Isso significa que a santidade está no próprio dever e na observância das leis e no cumprir a Divina Vontade. A santidade sem deveres não existe. É o dever que coloca a ordem, a harmonia e o selo na santidade.

Além disso, minha filha, deve saber que em Adão, retirando-se da Divina Vontade, após sua curta vida de inocência, sua vontade humana foi mais ferida do que por uma faca mortal; e, através desta ferida, entraram a culpa, as paixões, e perdeu o belo dia da Vontade Divina, e se degradou tanto que dava pena. Meu querido Filho, depois das alegrias de Seu nascimento, queria ser circuncidado para que esta Sua ferida pudesse curar a ferida que Adão infligiu a si mesmo, fazendo sua própria vontade. Com o Seu Sangue, preparou o banho para lavá-lo de todas as suas culpas, para fortalecê-lo e embelezá-lo de modo a torná-lo digno de receber novamente Essa Vontade Divina que rejeitou, que formava a sua santidade e a sua felicidade. Filha, não houve obra ou dor que Ele sofreu, que não procurasse reordenar de novo a Divina Vontade nas criaturas.

Portanto, em todas as circunstâncias, mesmo dolorosas e humilhantes, leve o coração a fazer a Divina Vontade em tudo, porque estas são a matéria prima em que Se esconde para operar na criatura, para fazê-la adquirir a sua Vida praticante na criatura.

Agora, querida filha, em tanta dor surge a alegria mais bonita, de modo a impedir nossas lágrimas. Como Ele foi circuncidado, nós lhe demos o Santíssimo Nome de Jesus, querido pelo Anjo. Ao pronunciar este Santíssimo Nome, a alegria e o contentamento foram tal, de modo a adoçar nossa dor. Muito mais, porque, neste Nome, quem quiser, encontrará o bálsamo em suas dores, a defesa nos perigos, a vitória nas tentações, a mão para evitar cair no pecado, a medicina a todos os seus males. Este Santíssimo Nome de Jesus faz o inferno tremer. Os Anjos o reverenciam. Soa doce para o ouvido do Pai Celestial. Diante de Seu Nome, todos se ajoelham e adoram. Nome poderoso, Nome sagrado, grande Nome; e quem invocá-lo com fé sentirá as maravilhas, o segredo milagroso do poder deste Santíssimo Nome.

Agora, minha filha, eu recomendo que você sempre pronuncie o Nome, Jesus. Quando você vê que sua vontade humana fraca e vacilante hesita em fazer a Divina, o Nome de Jesus a fará ressurgir no Fiat Divino. Se você está oprimida, chame Jesus; se trabalha, chame Jesus; se dorme, chame Jesus; e, se acorda, a primeira palavra seja Jesus. Chame-O sempre; é um Nome que contém oceanos de graças, que Ele dá a quem O chama e O ama.

A Alma para sua Rainha:

Mãe Celestial, quanto devo agradecer pelas tantas e belas lições que me deu. Peço-lhe, escreva-as em meu coração, para que nunca as esqueça; e lhe peço para dar à minha alma o banho de Sangue do Bebê Celestial, para que sejam curadas as feridas da minha vontade humana, para colocar a Divina e, como sentinela, escreva-me sobre cada ferida o Santíssimo Nome de Jesus.

Pequena flor:

Para me honrar hoje, fará cinco atos de amor ao Santíssimo Nome de Jesus; e me compadecerá na dor que sofri na Circuncisão de meu Filho Jesus.

Jaculatória:

Minha Mãe, escreva em meu coração, “JESUS”, para que Ele me dê a graça de viver de Vontade Divina.

 

Lição adicional nº 3 (amplia a meditação do dia vinte e três)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade. Uma nova estrela com seu doce cintilar chama os Magos para adorar Jesus. A Epifania.

A alma para sua Mãe Celestial:

Aqui estou novamente, Santa Mãe, nos seus joelhos maternos. O doce Bebê que aperta ao peito, e sua beleza surpreendente, se encadeiam de tal forma que não posso afastar-me da Senhora; mas, hoje, sua aparência é ainda mais bela. Parece-me que a dor da Circuncisão a fez mais bonita. Seu doce olhar olha longe, para ver se pessoas queridas se aproximam, pelo desejo intenso de querer dar a conhecer Jesus. Eu não sairei de seus joelhos, para que possa ouvir suas belas lições, para conhecê-Lo e amá-Lo mais.

Lição da Rainha do Céu:

Querida filha, está certa em dizer que me vê mais bela. Deve saber que, quando vi o meu Filho circuncidado e o Sangue brotar da ferida, adorei esse Sangue, essa ferida, e me tornei duplamente Mãe: Mãe do meu Filho e Mãe do Seu Sangue e de Sua cruel dor. Portanto, adquiri diante da Divindade direito duplo de Maternidade, duplo direito de graças para mim e para todo o gênero humano. É por isso que me vê mais bela.

Minha filha, quão belo é fazer o bem, sofrer em paz por amor d’Esse que nos criou. Isto liga a Divindade à criatura e dá-lhe tanta graça e amor até submergi-la. Este amor e graças não sabem estar ociosos; mas querem correr, entregar-se a todos, para dar a conhecer Aquele que tanto deu. Eis porque senti a necessidade de tornar meu Filho conhecido.

Agora, minha filha abençoada, a Divindade, que não sabe negar nada a quem A ama, fez subir sob o azul do Céu uma nova estrela, mais linda e luminosa, que, com sua luz, vai em busca de adoradores para dizer, com seu mudo cintilar a todo o mundo: “Aquele que veio para salvá-los, nasceu! Venham adorá-Lo e reconhecê-Lo como seu Salvador!

Mas, ó ingratidão humana! De tantos, apenas três personagens deram atenção; e, sem considerar os sacrifícios, partiram para seguir a estrela. Assim como uma estrela os guiou ao longo do caminho, também minhas orações, meu amor, meus suspiros, minhas graças, como tantas estrelas que desciam em seus corações, iluminavam suas mentes e guiavam seu interior de tal maneira, que sentiam que, sem ainda conhecê-Lo, amavam Aquele por quem procuravam, e que desejei dar a conhecer, o Bebê Celestial, O esperado de todos os séculos. E eles aceleraram o passo para chegar e ver Aquele que tanto amavam.

Minha querida filha, meu Coração de Mãe se alegrou pela fidelidade, correspondência e sacrifício desses Reis Magos, por virem a conhecer e adorar meu Filho. Mas não posso lhe esconder uma minha dor secreta: de tantos, apenas três; e na história dos séculos, quantas vezes não se me repete esta dor da ingratidão humana! Meu Filho e eu não fazemos outra coisa senão fazer surgir estrelas, uma mais bonita do que a outra, para chamar alguém a conhecer o Criador, outro à santidade, outro para se levantar do pecado, outro para o heroísmo de um sacrifício. Mas você quer saber quais são essas estrelas? Um encontro doloroso é uma estrela; uma verdade que se conhece é uma estrela; um amor não correspondido pelas outras criaturas é uma estrela; um revés, uma pena, uma desilusão, uma boa ocasião inesperada, são tantas estrelas que produzem luz nas mentes das criaturas e que, acariciando-as, querem fazê-las encontrar o Celeste Menino, ansioso de amor e, enrijecido pelo frio, quer um refúgio em seus corações, para se tornar conhecido e amado. Mas, infelizmente, eu, que O tenho nos meus braços, espero em vão, que as estrelas me tragam as criaturas para colocá-Lo em seus corações; e minha Maternidade fica restrita, dificultada. E enquanto sou a Mãe de Jesus, fico impedida de agir como a Mãe de todos, porque não estão ao meu redor, não procuram Jesus. As estrelas se escondem e eles permanecem na Jerusalém do mundo, sem Jesus. Que dor, minha filha! Que dor! Correspondência, fidelidade e sacrifício são necessários para seguir as estrelas; e, se o Sol da Divina Vontade surgir na alma, quanta atenção não é necessária! De outra forma, permanece no escuro do humano querer.

Agora, minha filha, quando os santos Reis Magos entraram em Jerusalém, perderam a estrela; no entanto, com tudo isso, não cessam de procurar Jesus. Mas, quando saíram da cidade, a estrela reapareceu e os conduziu, alegres, à Gruta de Belém. Eu os recebi com amor de Mãe; e o querido Menino olhou-os com tanto amor e majestade, fazendo manifestar de sua pequena Humanidade a sua Divindade. Por isso, curvando-se, ajoelharam-se a seus pés, adorando e contemplando aquela celeste Beleza. Eles O reconheceram como Deus verdadeiro e permaneceram encantados, extasiados, a saboreá-Lo, de modo que o Bebê Celestial teve que retirar Sua Divindade em Sua Humanidade; de outra forma, eles permaneceriam lá sem poder se mover de seus pés divinos. Quando saíram do êxtase em que ofereciam o ouro de suas almas, o incenso de sua fé e adoração, a mirra de todo o seu ser e de qualquer sacrifício que tivesse desejado, adicionaram à oferta os presentes externos, símbolo de seus atos internos: ouro, incenso e mirra.

Mas meu amor de Mãe ainda não estava satisfeito; eu queria colocar o doce Bebê em seus braços e, oh! com quanto amor beijaram-No e apertaram-No no peito! Sentiram em si mesmos o Paraíso antecipado. Com isso, meu Filho ligava todas as nações pagãs ao conhecimento do Deus verdadeiro e colocava em comum os bens da Redenção para todos, o retorno da Fé a todos os povos. Ele se constituía Rei dos governantes; e, com as armas do Seu amor, das Suas dores e das Suas lágrimas, governando sobre tudo, reclamava o Reino da Sua Vontade sobre a terra. E eu, sua Mãe, me fiz de primeira Apóstola: instrui-os; contei-lhes a história do meu Filho, seu ardente Amor, recomendei-lhes que O fizessem conhecer a todos; e, tomando o primeiro lugar de Mãe e Rainha de todos os Apóstolos, abençoei-os e os fiz abençoados pelo querido Menino. Felizes, e com lágrimas, partiram para suas regiões. Não os abandonei. Com afeto materno, acompanhei-os; e, para recompensá-los, fazia-os sentir Jesus em seus corações. Como estavam satisfeitos! Você deve saber que me sinto verdadeira Mãe, quando vejo que meu Filho tem o domínio, a posse, e forma sua habitação perene nos corações dos que O procuram e O amam.

Agora, uma palavrinha para você, minha filha: se quiser que lhe seja verdadeira Mãe, deixe-me depositar Jesus no seu coração. Você O fará feliz com seu amor; você O alimentará com o alimento de Sua Vontade porque Ele não toma outro alimento. Você O vestirá com a santidade de suas obras; e virei ao seu coração e crescerá meu querido Filho novamente, junto com você; e realizarei o meu ofício de Mãe para você e para Ele. Assim, sentirei as alegrias puras da minha fecundidade materna. Você deve saber que o que não começa com Jesus, que está dentro do coração, ainda que fossem as mais belas obras externas, nunca pode me agradar, porque estão vazias da Vida do meu querido Filho.

A Alma para sua Mãe Celestial:

Santa Mãe, como devo lhe agradecer por querer depositar o Bebê Celestial no meu coração! Quão feliz eu sou! Peço-lhe que me esconda sob seu manto, para que não veja, a não ser só o Menino, que está no meu coração e formando de todo o meu ser um único ato de amor de Vontade Divina, faça-O crescer até me preencher toda de Jesus e restar de mim apenas o véu que O esconde.

Pequena flor:

Para me honrar hoje, virá três vezes para beijar o Pequeno Celestial; e lhe dará o ouro de sua vontade, o incenso das suas adorações, a mirra de suas dores; e me pedirá que O coloque no seu coração.

Jaculatória:

Mãe Celestial, feche-me no muro da Divina Vontade, para alimentar meu querido Jesus.

 

Lição adicional nº 4 (amplia a meditação do dia vinte e três)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade. A Rainha do Céu deixa Belém. O Fiat Divino chama-a para o heroísmo do sacrifício de oferecer o Menino Jesus para a salvação do gênero humano. A Purificação. 

A alma para sua Mãe Celestial:

Santa Mãe, aqui estou perto da Senhora para acompanhá-la ao Templo, onde vai se cumprir o maior dos sacrifícios, isto é, dar a vida do Celeste Menino em favor de cada criatura, para que se sirvam a fim de salvar-se  e santificar-se. Mas, que dor! Muitos se servirão para ofendê-Lo e se perderem! Minha Mãe, deposite o pequeno Jesus no meu coração, e eu prometo e juro à Senhora, de O amar para sempre e mantê-Lo como Vida do meu pobre coração.

Lição da Rainha do Céu:

Querida filha, quão realizada estou por tê-la próxima! Meu Coração materno sente a necessidade de desabafar meu amor e confiar-lhe meus segredos. Esteja atenta às minhas lições e me escute. Deve saber que já se passaram quarenta dias desde que nos encontramos nesta Gruta de Belém, a primeira morada de meu Filho aqui na terra. Mas, quantas maravilhas nesta Gruta! O Celeste Menino desceu do Céu à terra num ímpeto de amor; foi concebido e nasceu e sentia a necessidade de revelar esse amor; cada lágrima, gemido e movimento era um desabafo de Amor que fazia. Mesmo o sentir-se enrijecido pelo frio, seus pequenos lábios lívidos e trêmulos, eram todos alívios de amor que fazia; e Ele procurava por Sua Mãe para depositar esse Amor que não podia conter, e eu estava dominada pelo Seu Amor. Por isso, sentia-me ferir continuamente, e sentia o meu querido Pequeno palpitar, respirar e mover-se no meu Coração materno. Eu O ouvia chorar, gemer e soluçar; e ficava inundada das chamas de Seu Amor. A Circuncisão já havia aberto fendas profundas em mim, onde me derramou tanto amor que me sentia Rainha e Mãe do amor. Eu me sentia encantada ao ver que, em cada dor, lágrima e movimento que o meu doce Jesus fazia, buscava e chamava Sua Mãe como um precioso refúgio de Seus atos e de Sua Vida. Quem pode dizer-lhe, minha filha, o que se passou entre mim e o Bebê Celestial nesses quarenta dias? A repetição de Seus atos em conjunto comigo, Suas lágrimas, Suas dores e seu Amor eram como transfundidos juntos; e o que Ele fazia eu fazia.

Agora, ao término dos quarenta dias, o querido Menino, mais do que nunca, mergulhado em Seu Amor, queria obedecer a Lei e se apresentar no Templo para se oferecer pela salvação de cada um. Era a Divina Vontade que nos chamava ao grande sacrifício, e nós prontamente obedecemos. Minha filha, este Fiat Divino, quando encontra a prontidão no fazer o que Ele quer, coloca à disposição da criatura a Sua Força Divina, a Sua Santidade, a Sua Potência Criativa de multiplicar esse ato, esse sacrifício para cada um e para todos. Ele coloca nesse sacrifício a pequena moeda de valor infinito com a qual se pode pagar e satisfazer por todos.

Agora, foi a primeira vez que sua Mãe e São José saímos juntos com o Menino Jesus. Toda a criação reconheceu o seu Criador e sentiram-se honradas em tê-Lo no meio deles e, assumindo uma atitude festiva, nos acompanharam ao longo do caminho. Quando chegamos ao Templo, prostramo-nos e adoramos a Suprema Majestade. Então O colocamos nos braços do sacerdote que era Simeão, o qual O fez oferta ao Pai Eterno, oferecendo-O pela salvação de todos. Enquanto O oferecia, inspirado por Deus, reconheceu o Verbo Divino; e, exultando com imensa alegria, adorou e agradeceu o querido Menino. Após a oferta, assumiu a atitude de Profeta e predisse todas as minhas dores.

Oh! como o Fiat Supremo fez meu Coração materno sentir dolorosamente, com som vibrante, a feroz tragédia de todas as dores que meu Divino Filho sofreria. Cada palavra era um corte de espada que me trespassava. Mas, o que mais transpassou meu Coração foi ouvir que este Celeste Menino devia ser não só a salvação, mas também a ruína de muitos e o alvo das contradições. Que pena! Que dor! Se o Querer Divino não me sustentasse, teria morrido instantaneamente de pura dor. Em vez disso, deu-me vida para começar a formar em mim, o Reino das dores no Reino de sua mesma Divina Vontade. Portanto, com o direito de Mãe que tinha sobre todos, também adquiri o direito de Mãe e Rainha de todas as dores. Ah! sim, com minhas dores, adquiri a moeda para pagar as dívidas de meus filhos e também dos filhos ingratos.

Agora, minha filha, deve saber que pela Luz da Divina Vontade, que reinava em mim, eu já conhecia todas as dores que sofreria, além das que o Santo Profeta me falou. Posso dizer que me profetizou as dores que me viriam da parte externa; mas não falou das dores internas que eram transfixadas em mim, e das dores internas passadas entre mim e meu Filho. No entanto, naquele ato tão solene da oferta do meu Filho, ao ouvi-lo repetir, senti-me tão transpassada, que meu Coração sangrou e novas veias de dores e fendas profundas foram abertas em minha alma.

Agora, ouça a sua Mãe: nas suas dores, nos encontros dolorosos que também não lhe faltam, quando você reconhece que o Querer Divino quer algum sacrifício de si, esteja pronta; não se abata; em vez disso, repita imediatamente o querido e doce Fiat, isto é, “O que Ele quer, eu quero“, e, com amor heroico, faça que o Querer Divino tome lugar régio nas suas dores, para que lhe possa convertê-las em moedinha de valor infinito com a qual, assim, poderá pagar suas dívidas, e também as de seus irmãos, para resgatá-los da escravidão da vontade humana e fazê-los entrar, como filhos livres, no Reino do Fiat Divino. Porque deve saber que o Querer Divino fica tão satisfeito com o sacrifício que deseja da criatura, que concede seus direitos divinos e a constitui rainha do sacrifício e do bem que surgirá no meio das criaturas.

A Alma à sua Mãe Celestial:

Santa Mãe, coloco todas as minhas dores no seu Coração transpassado, pois a Senhora sabe como me afligem. Seja minha Mãe e derrame o bálsamo de suas dores no meu coração, para que eu possa, como a Senhora, fazer uso das minhas dores para agradar Jesus, mantê-Lo defendido e reparado de todas as ofensas, e como meio seguro para conquistar o Reino da Divina Vontade e fazê-Lo vir a reinar sobre a terra.

Pequena flor:

Para me honrar hoje, você virá aos meus braços, para que eu a ofereça, junto com meu Filho, ao Pai Celestial, para obter o Reino da Divina Vontade.

Jaculatória:

Santa Mãe, derrame suas dores na minha alma e converta todas as minhas dores em Vontade de Deus.

Lição adicional nº 5 (amplia a meditação do dia vinte e cinco)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade . Visita ao Templo. Maria, modelo de oração. A perda de Jesus. Alegrias e sofrimentos.

A alma para sua Mãe Celestial:

Santa Mãe, seu amor materno me chama, com voz sempre mais potente, para perto da Senhora. Já a vejo ocupada, pronta para partir de Nazaré. Minha Mãe, não me deixe. Leve-me com a Senhora, e vou ouvir com atenção as suas outras sublimes lições.

Lição da Rainha do Céu:

Filha amada, a sua companhia e a atenção que mostra ao ouvir minhas lições celestiais a fim de me imitar, são as alegrias mais puras que pode dar ao meu Coração materno. Alegro-me porque posso compartilhar as imensas riquezas da minha herança com você. Voltando um olhar, ora para Jesus e ora para mim, preste-me atenção. Vou contar-lhe um episódio da minha vida que, embora tivesse um resultado de consolo, foi muito amargo para mim. Considere que, se o Querer Divino não me tivesse dado contínuos e novos goles de fortaleza e graça, teria morrido de pura agonia.

Continuamos a viver na casinha tranquila de Nazaré, e meu querido Filho crescia em Graça e em Sabedoria. Era atraente pela doçura e pela suavidade da sua voz, pelo doce encanto de seus olhos, pela amabilidade de toda a sua pessoa. Sim, meu Filho era verdadeiramente belo, extremamente belo!

Apenas tinha completado doze anos quando, de acordo com o costume, se faz a viagem a Jerusalém para a solenidade da Páscoa. Ele, São José e eu partimos. Muitas vezes, enquanto prosseguíamos a viagem com devoção e recolhimento, meu Jesus quebrava o silêncio e nos falava ou de seu Pai Celestial ou do imenso Amor que nutria em Seu Coração pelas almas.

Em Jerusalém, fomos diretamente ao Templo; e, ao chegar, prostramo-nos com a face no chão. Adoramos profundamente a Deus e oramos longamente. Nossa oração era tão fervorosa e recolhida que abria os Céus, atraía e ligava ao Pai Celeste e, portanto, acelerava a reconciliação entre Ele e os homens.

Agora, minha filha, quero confiar-lhe uma dor que me tortura: infelizmente, são tantos que vão na Igreja para rezar, mas a oração que dirigem a Deus para em seus lábios, porque seus corações e mentes fogem longe Dele! Quantos vão na Igreja por puro hábito ou para passar inutilmente o tempo! Estes fecham o Céu em vez de abri-lo. E quão numerosas são as irreverências que são cometidas na Casa de Deus! Quantos flagelos não seriam poupados no mundo e quantos castigos não seriam convertidos em graças, se todas as almas se esforçassem para imitar o nosso exemplo!

Somente a oração que brota de uma alma em que reina a Divina Vontade age de forma irresistível sobre o Coração de Deus. Essa é tão potente para vencê-Lo e para obter Dele as máximas graças. Portanto, cuide-se de viver no Divino Querer; e sua Mãe, que a ama, concederá à sua oração os direitos de sua poderosa intercessão.

Depois de haver cumprido nosso dever no Templo e ter celebrado a Páscoa, preparamo-nos para fazer o retorno a Nazaré. Na confusão da multidão, nos perdemos. Fiquei com as mulheres e José juntou-se aos homens.

Olhei em volta para me certificar de que meu querido Jesus tinha vindo comigo; mas, sem o tê-Lo visto, pensei que permanecia com seu pai José. Qual não foi, ao invés, o espanto e a ansiedade que provei, quando, ao chegar no ponto em que nos reuníamos, não O vi ao seu lado! Ignorando o que aconteceu, sentimos tanto susto e tal dor que ambos ficamos mudos. Aflitos pela dor, retornamos apressadamente, perguntando ansiosamente a todos os que encontrávamos: “Oh! diga-nos se viu Jesus, nosso Filho, porque não podemos mais viver sem Ele!

E chorando, descrevíamos os seus traços: “Ele é todo amável, os seus belos olhos azuis irradiam luz e falam ao coração; o seu olhar atinge, encanta, acorrenta; a sua fronte é majestosa; o seu semblante é lindo, de uma beleza encantadora; a sua voz dulcíssima desce ao coração e adoça toda a amargura; os seus cabelos, encaracolados e como de ouro finíssimo, torna-o especial, gracioso. Nele tudo é majestade, dignidade, santidade. Ele é o mais belo entre os filhos dos homens!

No entanto, apesar de todas as nossas buscas, ninguém sabia nos dizer nada. A dor que eu provava aumentava de tal modo, a me fazer chorar amargamente e de abrir fendas profundas na minha alma em cada instante, o que me causava verdadeiros espasmos de morte.

Querida filha, se Jesus era o meu Filho, Ele também era o meu Deus; portanto, minha dor foi toda em ordem divina, isto é, tão potente e imensa a superar todos os outros tormentos possíveis juntos.

Se o Fiat que eu possuía não tivesse me sustentado continuamente com sua força divina, teria morrido de desgosto.

Vendo que ninguém sabia nos dar notícias, interrogava ansiosamente aos Anjos que me cercavam: “Mas, digam-me, onde está o meu amado Jesus? Onde devo dirigir meus passos para poder encontrá-Lo? Ah! digam-Lhe que eu não posso mais continuar, tragam-No sobre as suas asas em meus braços! Meus Anjos, tenham piedade de minhas lágrimas, socorram-me , tragam-me Jesus!

Enquanto isso, resultava inútil cada procura, e retornamos a Jerusalém. Depois de três dias de suspiros amargos, de lágrimas, de ansiedades e de temores, entramos no Templo. Eu estava com os olhos atentos e procurava em todos os lugares quando, eis, finalmente, como superado pelo júbilo, encontrei meu Filho, que estava no meio dos doutores da lei! Ele falava com tanta sabedoria e majestade de deixar impressionados e surpresos todos os que O ouviam.

Só de vê-Lo, senti-me retornar a vida e, imediatamente, entendi o motivo oculto de Sua perda.

E agora, uma palavrinha para você, querida filha: neste mistério, meu Filho quis dar a mim e a você um ensinamento sublime. Você poderia, talvez, imaginar que Ele ignorasse o que eu sofria? Pelo contrário, porque minhas lágrimas, minhas buscas, minha dor cruel e intensa ecoavam em Seu Coração. No entanto, durante aquelas horas tão dolorosas, Ele sacrificava à sua Divina Vontade a sua própria Mãe, aquela que Ele tanto ama, para demonstrar-me como eu, também, um dia, teria que sacrificar a Sua própria vida ao Querer Supremo.

Nesta dor indescritível, não esqueci você, minha amada. Pensando que essa foi para servir de exemplo, eu a mantive à sua disposição, para que no momento apropriado, tenha força para sacrificar cada coisa à Divina Vontade.

Assim que Jesus acabou de falar, nos aproximamos reverentemente Dele e Lhe demos uma doce repreensão: “Filho, por que nos fez isso?” E Ele, com dignidade divina, nos respondeu: “Por que me procuravam? Não sabiam que vim ao mundo para glorificar o meu Pai?” Tendo entendido o alto significado de tal resposta e tendo adorado n’Essa o Querer Divino, retornamos a Nazaré.

Filha do meu Coração materno, escute: quando perdi meu Jesus, a dor que sofri foi muito intensa. Além disso, a esta foi adicionada uma segunda, ou seja, a do seu próprio se perder (da minha filha). De fato, prevendo que você iria separar-se da Vontade Divina, senti-me ao mesmo tempo privada do Filho e da filha, e, portanto, minha Maternidade sofreu um duplo golpe.

Minha filha, quando estiver a ponto de fazer a sua vontade em vez da de Deus, considere que, ao abandonar o Fiat Divino, está a perder Jesus e a mim e a precipitar-se no reino das misérias e dos vícios. Portanto, mantenha a palavra que me deu de permanecer indissoluvelmente unida a mim; e lhe concederei a graça de nunca mais deixar-se dominar pela sua vontade, mas exclusivamente pela Divina.

A Alma:

Santa Mãe, tremo pensando nos abismos aos quais minha vontade é capaz de precipitar-me. Por causa disso, posso perder a Senhora, posso perder Jesus e todos os bens celestiais. Mãe, se a Senhora não me ajudar, se não me revestir com a Potência da luz do Querer Divino, sinto que não me é possível viver com constância de Vontade Divina. Portanto, coloco toda a minha esperança na Senhora; eu confio e espero tudo da Senhora. Que assim seja.

Pequena flor:

Recitará três “Ave-Maria” para compadecer da intensa dor que sofri durante os três dias em que fui privada do meu Jesus.

Jaculatória:

Santa Mãe, conceda-me perder para sempre a minha vontade, para viver só no Divino Querer.

Lição adicional nº 6 (amplia a meditação do dia vinte e cinco)

A Rainha do Céu no Reino da Divina Vontade sobre a terra. Rainha das famílias. Rainha dos milagres. Ligação nupcial entre o Fiat e a Criatura. As núpcias de Caná.

A alma para sua Mãe Celestial:

Santa Mãe, aqui estou junto à Senhora e ao doce Jesus, para assistir um novo casamento, para ver os prodígios e compreender o grande mistério, e onde chega seu amor materno por mim e por todos. Minha Mãe, pegue minha mão; coloque-me aos seus joelhos; revista-me com o seu amor; purifique minha inteligência e me diga por que quis assistir a este matrimônio.

Lição da Rainha do Céu:

Minha querida filha, o meu Coração está pleno de amor e senti a necessidade de lhe dizer a causa, a razão pela qual, juntamente com meu Filho Jesus, quis assistir a este casamento das núpcias de Caná. Pensa que fosse por uma cerimônia qualquer? Não, filha, há profundos mistérios! Preste atenção em mim e direi coisas novas: como o meu amor de Mãe se mostrou de maneira incrível e como o amor de meu Filho deu verdadeiros sinais de Paternidade e de Realeza pelas criaturas.

Agora, ouça-me. Meu Filho retornou do deserto e se preparava à vida pública; mas, primeiro queria assistir a este casamento e, portanto, permitiu o convite.

Nós fomos, não para comemorar, mas para operar grandes coisas a favor das gerações humanas. Meu Filho tomou o lugar de Pai e de Rei das famílias, e eu tomei o lugar de Mãe e Rainha. Com a nossa presença, renovamos a santidade, a beleza e a ordem das núpcias formadas por Deus no Éden, isto é, de Adão e Eva, casados ​​pelo Ser Supremo para povoar a Terra e para multiplicar e crescer as futuras gerações. O matrimônio é a substância, onde surge a vida das gerações. Pode ser chamado o tronco, do qual a terra é povoada. Os sacerdotes, os religiosos, são os ramos. Se não fosse pelo tronco, os ramos também não teriam vida. Portanto, com o pecado, retirando-se da Divina Vontade, Adão e Eva fizeram perder a santidade, a beleza, a ordem da família. E eu, sua Mãe, a nova e inocente Eva, juntamente com meu Filho, fomos reordenar aquilo que Deus fez no Éden; e me constituía Rainha das famílias, e impetrava a graça que o Fiat Divino reinasse nelas, que as famílias pertencessem a mim e eu tivesse o lugar de Rainha no meio delas.

Mas não é tudo, minha filha. Nosso Amor ardia, e queríamos dar a conhecer o quanto nós os amávamos e dar-lhes a mais sublime das lições. Eis como: no meio do jantar, o vinho acabou, e o meu Coração de Mãe se sente consumar de amor que quer prestar ajuda; e, sabendo que meu Filho tudo podia, com tons suplicantes, mas certa de que Ele me ouviria, disse-Lhe: “Meu Filho, os esposos não têm mais vinho.” E Ele me respondeu: “Minha hora ainda não chegou, de fazer milagres.” E eu, sabendo com certeza que Ele não me negaria o que Sua Mãe Lhe pedia, digo aos que serviam a mesa: “Façam o que o meu Filho lhes disser e terão o que desejam, e ainda terão mais e o superabundante.”

Minha filha, nessas poucas palavras, eu dava uma lição às criaturas, a mais útil, necessária e sublime. Eu falava com o Coração de Mãe e dizia: “Meus filhos, vocês querem ser santos? Façam a Vontade de meu Filho, não se afastem daquilo que Ele Lhes diz e terão Sua semelhança, Sua santidade à sua disposição. Querem que todos os seus males cessem? Façam o que meu Filho lhes diz. Querem alguma graça, mesmo que difícil? Façam o que Ele diz e quer. Vocês também querem as coisas necessárias da vida natural? Façam o que o meu Filho diz, porque em Suas palavras, naquilo que Ele lhes diz e quer, tem incluso tal Potência que, quando Ele fala, a sua palavra inclui o que vocês pedem e faz surgir em suas almas as graças que desejam.” Quantos se veem cheios de paixões, fracos, aflitos, infelizes, miseráveis ​​e ainda oram e oram. Mas, como não fazem o que o meu Filho diz, não obtêm nada, e o Céu parece fechado para eles. E é uma dor para a sua Mãe, porque vejo que, enquanto oram, se afastam da fonte onde residem todos os bens, que é a Vontade de meu Filho.

Agora, os servos fizeram precisamente o que meu Filho disse a eles, isto é: “Encham os vasos com água e levem-nos à mesa.” Meu querido Jesus abençoou aquela água e converteu-se em vinho requintado. Oh! mil vezes bem-aventurado aquele que faz o que Ele diz e quer! Com isso, meu Filho me dava a maior honra; elegeu-me Rainha dos milagres. Pois queria minha união e oração, ao operar o primeiro milagre. Ele me amava tanto que quis me dar o primeiro lugar de Rainha também nos milagres; e, com fatos dizia, não com palavras: “Se querem graças, milagres, venham à Minha Mãe; Eu nunca lhe negarei nada do que ela quer.

Além disso, minha filha, ao assistir este casamento, olhava para os séculos futuros; e via o Reino da Divina Vontade sobre a terra. Olhava para as famílias e impetrava-lhes que simbolizassem o Amor da Sacrossanta Trindade, para fazer que o seu Reino estivesse em pleno vigor; e, com os meus direitos de Mãe e Rainha, tomava para mim o seu comando e, possuindo a fonte, colocava à disposição das criaturas todas as graças, as ajudas, a santidade que se necessita para viver em um Reino tão santo. E, por isso, repito continuamente: “Faça o que meu Filho lhe diz“.

Minha filha, ouça-me: não procure outro, se quer tudo em seu poder, e me dê o contentamento de poder fazer de você a minha verdadeira filha e da Divina Vontade. E então tomarei sobre mim o empenho de formar as núpcias entre você e o Fiat; e, fazendo-me de verdadeira Mãe, vincularei as núpcias, dando-lhe por dote a própria Vida do meu Filho e por dom a minha Maternidade e todas as minhas virtudes.

A Alma:

Mãe Celeste, quanto devo agradecê-la pelo grande amor que me traz; e como, em tudo o que faz, tem sempre um pensamento para mim, e me preparado e dado tantas graças, que juntamente comigo, Céu e terra se comovem e extasiam; e todos dizemos à Senhora: “Obrigada! Obrigada!” Santa Mãe, esculpa suas santas palavras em meu coração: “Faça o que meu Filho lhe diz“, para que gere em mim a Vida da Divina Vontade, que tanto desejo e suspiro; e sele a minha vontade, para que seja sempre submetida à Divina.

Pequena flor:

Em todas as nossas ações, alonguemos nossos ouvidos, para escutar nossa Mãe Celeste, que nos diz: “Façam o que meu Filho lhes diz”, para que tudo façamos a fim de cumprir a Divina Vontade.

Jaculatória:

Santa Mãe, venha em minha alma e me faça o milagre de ser possuída da Divina Vontade.