Neste vídeo Thomas Fahy fala sobre a obediência de Luísa à Igreja, sobre seus escritos e a abertura de seu processo de canonização, assinado por Cardeal Ratzinger (Bento XVI) e pelo Papa João Paulo II.

Vou falar sobre Luísa e sua situação com a Igreja. Jesus disse a Luísa que Ele tinha preparado sua vida de tal maneira que ela estava mais associada com o eclesiástico do que qualquer outra alma mística através dos séculos. Ele queria que ela estivesse intimamente, quero dizer de um jeito mais apropriado, Ele a obrigou a esta associação porque Ele queria que a Igreja percebesse que aquilo vinha de Deus; esta foi uma das razões pelas quais Ele quis fazer isso. E claro, sua obediência a tudo. Jesus disse para Luísa sempre obedecer ao que o padre dissesse para ela fazer, e Ele dizia: “Se eu quiser que ele mude de opinião vou fazer com que ele mude de opinião. ” E Ele fez isso algumas vezes. Algumas vezes, quando ela obedecia ao padre, Jesus, depois de um tempo, o fazia mudar de opinião, sem tirar assim a obediência de Luísa. E Ele dizia: “Se eu te disser alguma coisa e o padre te disser algo diferente, faça o que o padre te disser. ” O Papa Pio X permitiu que a missa fosse celebrada no quarto de Luísa. Eu acho que a razão por ele ter permitido foi sua amizade com São Aníbal di Francia. São Aníbal di Francia tinha provavelmente muita relação com o papa, então ele conseguiu esta permissão para que Luísa tivesse a missa celebrada em seu quarto.

Eu já disse anteriormente que Santo Aníbal foi o fundador dos Rogacionistas do Sagrado Coração e ele se tornou o confessor extraordinário de Luísa, então ele vinha e passava ali muitos dias de tempos em tempos. E ele foi seu confessor extraordinário. Eu já disse antes que ele se tornou o diretor dos escritos dos primeiros dezenove volumes do Livro do Céu, dando o ‘Nihil Obstat’ (expressão latina que significa ‘nada consta’; é uma aprovação oficial do ponto de vista moral e doutrinário de uma obra que aspira ser publicada) e o bispo deu o ‘Imprimatur’ (permissão concedida por autoridade religiosa para que seja impresso texto submetido à sua censura, e que passa a figurar no verso da página de rosto ou do anterrosto). Houve mais três teólogos designados pela Igreja para revisar os escritos. Uma coisa é ser o revisor e fazer o trabalho por si só, sozinho; outra coisa é ter a graça de ter sido designado pela Igreja. Então houve mais três teólogos que estudaram os 19 primeiros volumes dos escritos de Luísa. Eles os aprovaram e alguns disseram que os escritos tiveram grande influência em sua vida espiritual. Mas a coisa mais importante: o chamado de Luísa abriu a necessidade de sua canonização.

Sua causa de canonização foi aberta na festa de Cristo Rei em 20 de novembro de 1994. Antes o arcebispo teve que conseguir permissão do Vaticano. O documento aprovando sua canonização foi assinado pelo Cardeal Ratzinger (Bento XVI) e pelo Papa João Paulo II. O Cardeal Ratzinger (Bento XVI), antes de se tornar papa, já estava familiarizado com os escritos de Luísa. Eu, pessoalmente, me pergunto se ele não passou a maior parte de seu tempo em seu isolamento lendo os escritos de Luísa. Eu suponho que ele tenha feito isso, não sei. Então, eles começaram sua causa de canonização em 1994, mas levou 11 anos para sair somente dos dados e ter tudo enviado em uma grande caixa com todos os livros e papéis e tudo mais. Precisaram enviar para Roma. Os originais já estavam em Roma, então não sei por que colocaram tudo aquilo naquela caixa. Eu estava lá e pude ver colocarem uma fita em torno da caixa, fecharam bem a caixa e a enviaram a Roma. Então, depois de chegada em Roma, encontram alguns aspectos processuais que precisavam ser corrigidos. Levou muito mais tempo até que a Igreja designasse teólogos. A Congregação para a Causa dos Santos escolheu dois teólogos místicos, um era mais fácil de trabalhar e o outro mais difícil. O que era mais fácil, depois de quase dois anos, disse: “Isso é tudo para Deus, não há problema, eu dou minha aprovação, minha opinião positiva.” Uma das razões de ter dado uma opinião positiva foi porque nos escritos de Luísa havia coisas que ninguém havia ouvido ou pensado a respeito antes, coisas não encontradas antes na Catequese da Igreja, coisas que não podiam entender completamente ainda. O outro teólogo levou muito mais tempo, cinco anos, quase cinco anos. Então o chefe da Congregação, em 2010, no começo de junho, disse ao segundo teólogo que ele teria que dar sua opinião até o fim de julho.

Bem, no começo de julho, eu tive que estar lá sem mesmo saber o que estava acontecendo. Eu estava na Basílica de São Pedro, eu saí da missa pela porta da frente e virei à direita, desci alguns degraus, e pelo canto dos meus olhos eu vi alguma atividade acontecendo no último espaço disponível para estátuas, mas nem prestei muita atenção, pois não sabia do que se tratava. Só vi nos noticiários no dia seguinte que haviam colocado a estátua de Santo Aníbal di Francia no último espaço disponível para estátuas, no lado esquerdo, no Vaticano. Bem, o segundo teólogo pode ter pensado: São Aníbal está tendo toda essa atenção e foi ele quem deu o ‘Nihil Obstat’ dos escritos. Então ele deu sua opinião positiva sobre os escritos. Eu fui provavelmente o primeiro na América a trabalhar em Corato em todos esses escritos, então fui informado que o segundo teólogo havia dado sua aprovação. Liguei para o meu bispo e ele me parabenizou porque ele sabia que eu estava profundamente envolvido nisso tudo. Ambas, a Congregação para a Doutrina da Fé e a Congregação para a Causa dos Santos, pediram que fosse providenciado uma edição crítica dos escritos de Luísa, do Livro do Céu;  o que estava esperado para ser completado no começo do ano seguinte. Pelo que soube, eles esperavam que completassem todos os 36 volumes. Isto exige muito dinheiro. Eu ouvi que pessoas da Coreia do Sul, quando elas vieram para a Conferência Internacional, dois anos atrás, eles deram ao arcebispo um cheque de 100 mil dólares. A razão pela qual isto envolve muito dinheiro é que eles têm que contratar especialistas, especialistas em palavras, gramática, etc, que devem entender o tempo em que Luísa escreveu, entender o que ela tinha intenção de expressar em cada palavra. Depois eles têm que comparar ao que as pessoas, hoje, no italiano moderno, consideram o significado próprio de cada palavra no tempo moderno. Então eles têm que ter a noção de que há diferença sobre o que as pessoas entenderão nos tempos atuais e sobre o que Luísa entendia quando escreveu. Eu já disse sobre o que o Papa São João Paulo II disse, que o Espírito Santo quer dar aos cristãos uma nova e sagrada santidade; ele estava falando sobre a Vontade Divina.

A próxima parte será sobre como podemos começar a viver na Divina Vontade quando ouvimos ou lemos sobre ela. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Tradução: Pâmela Zambuzzi (texto) / Fernando Nascimento (voz)

Saiba mais sobre o 6º vídeo de formação do Thomas Fahy: A disposição individual e a Divina Vontade