Na parábola do filho pródigo (Lc 15, 11-32) podemos ver no filho mais novo a figura de Adão e de toda a humanidade, portanto, de todos nós.

Nós somos o filho mais novo. Deus, em Seu Plano Infinito de Amor, deu-nos muitos “bens”: dons, força, saber e inteligência; deu-nos mais, deu-nos a Sua amizade para participarmos intimamente de Sua vida divina (cf. Catecismo da Igreja Católica § 375). Porém, a nossa vontade nos levou a “gastar” todos esses bens, deliberadamente.

O Plano Perfeito de Deus previa dar-nos, então, o Seu Bem mais precioso: Ele mesmo, encarnado em Seu Filho Jesus. No princípio, Ele já havia nos oferecido tudo. Toda a criação foi feita para o homem. Oferece-nos, agora, cada gota de Sangue, a Vida de Seu próprio Filho.

Continuamos, ainda, a “gastar”, deliberadamente, todos os dias, esse “Bem mais precioso”. Vivemos, então, “comendo a comida dos porcos”. Vivendo na pobreza, na indigência à qual nossa vontade nos acorrentou. Escravos de nossa própria vontade, mal conseguimos reconhecer o caminho que nos leva à Casa do Pai.  

Mas, qual é a Vontade do Pai? Que o filho pródigo volte para Ele. Volte à vida bem-aventurada que Ele lhe mantém reservada. Deseja que volte como filho amado: “Tudo o que é meu é seu”; sempre foi.

Da mesma forma, o pai espera também a “volta” do filho mais velho. Este nunca se foi. Nunca partiu, porém, a sua relação com o pai era de servidão. Agradável ao pai, fazia o necessário, mas não era feliz. Orgulhoso por seus cuidados, não estava em sua plenitude de filho. Esse filho zelava pelos bens do pai, mas não desfrutava da intimidade com o pai, do relacionamento ao qual era chamado.

Deus Pai nos espera. Nós somos o filho pródigo; somos também o filho “zeloso, administrador”.   

A um e a outro, Deus quer dar a graça de ser, enfim, como Ele, à Sua imagem e semelhança. Não mais sujos, desfigurados, mas lavados e despidos do próprio “eu”, de sua própria vontade.

O Pai quer nos levar de volta à perfeita união com Ele, à Sua própria Vontade Criadora, Redentora, Santificadora.

Será, então, quando diremos como Jesus disse ao Pai: “Tudo o que é seu é meu e tudo o que é meu é seu” (Jo 17,10).

Que Deus mesmo conceda a graça a cada um, afinal, esta é, sem dúvida, a maior aspiração de nossa alma: o retorno ao Pai.

Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus

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