A Igreja dedica o mês de julho ao culto do Preciosíssimo Sangue de Cristo. Na sabedoria que lhe é infundida, ela convida a todos os fiéis a meditações mais devotas e comunhões sacramentais mais frequentes, para que demonstrem o seu amor e gratidão ao Sangue do Cordeiro, derramado na cruz para a nossa salvação; sacrifício renovado a cada santa missa celebrada. Somos convidados a não só demonstrar gratidão, mas sim, viver mais intensamente a relação de amor com Aquele que se oferece a nós, e a nos alimentar para, pela comunhão, nos tornamos “outros cristos”, “acaso não é esta a Tua intenção, ao ficares prisioneiro na Hóstia para seres posto em liberdade pelas almas que Te recebem, adquirindo vida nelas?” (As 24 Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, 4ª hora).
Assim, somos todos chamados a responder este indispensável convite. E para sermos ainda mais impelidos ao “sim”, seguem as palavras do Papa Leão XXIII, registrada em sua carta apostólica Inde a Primis (1960): “Porquanto, se infinito é o valor do Sangue do Homem-Deus, e se infinita foi a caridade que o impeliu a derramá-lo desde o oitavo dia do seu nascimento, e depois, com superabundância, na agonia do horto (cf. Lc 22,43), na flagelação e na coroação de espinhos, na subida ao Calvário e na crucifixão, e, enfim, da ampla ferida do seu lado, como símbolo desse mesmo Sangue divino que corre em todos os sacramentos da Igreja, não só é conveniente, mas é também sumamente justo que a ele sejam tributadas homenagens de adoração e de amorosa gratidão por parte de todos os que foram regenerados nas suas ondas salutares”.
Desde a circuncisão, quando o inocente Jesus ofereceu-se para que o seu Precioso Sangue fosse derramado pela humanidade, por amor a todos e a cada um nós, até hoje, em cada cálice erguido e consagrado, encontra-se a nossa remissão, o selo do perdão a nós oferecido, pago a um alto preço. “Ó criaturas, se não vos renderdes a tanto amor, que esperança vos resta de vos converterdes? Minhas chagas e o meu sangue serão sempre vozes que pedirão, do Céu à terra, graças de arrependimento, perdão, compaixão por vós!”
Que os méritos infinitos do Preciosíssimo Sangue de Jesus a nós reservados, nos cure e liberte de nossos males e produzam em nós o amor e a gratidão que, livremente, devemos devolver ao nosso Salvador; e que nenhuma gota deste Sangue permaneça sem o seu copioso efeito.
Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus
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