Eventualmente, quando ouvimos falar sobre a morte de alguém e, sobretudo, quando se trata de alguém próximo a nós, naturalmente, pensamos e repensamos sobre a vida. Não raramente, fazemos promessas de atitudes que nos levem a “viver melhor”, e com Deus “combinamos” que vamos mudar e nos aproximar mais d´Ele.
Certamente esse é um processo comum, próprio do ser humano. Mas a pergunta que fica é: afinal, por que temos que olhar para a morte para pensarmos sobre a vida?
Quem dera conseguíssemos viver de forma tal que, quando a morte chegasse, não tivéssemos medo, por saber que todos os dias desfrutamos da melhor forma esse dom que Deus nos deu, a própria vida. E qual a melhor forma? Sem passar um só dia sem pensar que «a vida humana é sagrada porque, desde a sua origem, postula a ação criadora de Deus e mantém-se para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim (CIC 2258). Temos vivido essa relação especial com o Criador? Temos vivido a comunhão com Deus tal qual fomos destinados por Ele?
Temos vivido a fé que professamos? Vejamos. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica as consequências da fé em Deus são: conhecer a grandeza de Deus (o quanto é possível para nós); viver em ação de graças; conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de sermos feitos à sua imagem e semelhança; nos desprendermos de tudo que nos afaste d´Ele; e, por fim, ter confiança n´Ele em todas as circunstâncias, mesmo na adversidade (§222-227) Reflitamos!
Peçamos a Deus a graça de assim viver: Com fé e olhando para a vida sem nos esquecer da nossa vocação: a comunhão, a unidade com Deus Trino e à Sua Vontade.
Assim fazendo, por graça, já não temeremos mais a morte, e desejaremos o céu. E, o que é o céu? Responde-nos o Papa Emérito Bento XVI, no livro “Jesus de Nazaré”:
“A essência do ‘céu’ consiste em que lá a vontade de Deus acontece inviolavelmente…onde a vontade de Deus acontece, aí é o céu. A essência do céu é a unidade com a vontade de Deus”.
Estejamos atentos, pois “o peso da nossa vontade atrai-nos sempre para longe da vontade de Deus, fazendo-nos ser simples ‘terra’. Mas Jesus nos atrai para si, e na comunhão com Ele aprendemos também a vontade de Deus. Por isso, pedimos no Pai-Nosso para estarmos sempre mais próximos d’Ele e que a vontade de Deus nos torne capazes da altura para a qual fomos chamados”.
Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus