“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ecle 3,1). Tempo de plantar e tempo de colher, tempo de agir e tempo de aguardar, tempo de sorrir e tempo de chorar…

Mas, afinal, o que é o tempo? “Determinado período considerado em relação aos acontecimentos nele ocorridos”; é a distribuição como a conhecemos cronologicamente: horas e suas frações, dias, semanas etc.; passado, presente e futuro, formas como o homem encontrou para sua “organização”.

Diria Santo Agostinho: “Se você não perguntar, eu sei o que é; se quiser que eu explique, eu já não sei mais”. O fato é que para tudo há um começo e um fim e cada coisa acontece no tempo estabelecido por Deus.

Nada é eterno, a não ser o próprio Deus, Alfa e Ômega, princípio e fim. Nele todas as coisas devem começar e terminar.

Está vivendo um momento bom em sua vida? Louve a Deus! Ao contrário, está em um momento de dor? Faça o mesmo. Louve a Deus, e saiba, não é para sempre. Nem a alegria, nem a tristeza. Nem as coisas boas, nem as consideradas ruins, são para sempre (lembrando que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus).

Mas para cada um destes momentos, de sorrir ou de chorar, a nossa fé, esperança e amor a Cristo devem predominar, sabendo que o tempo de Deus é diferente do nosso. Exorta-nos Pedro: “Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3, 8).

Saibamos, no entanto, que o tempo de sofrer pode ter um sentido valioso, pois “pela configuração com a paixão redentora do Salvador, o sofrimento, sequela do pecado original, recebe um sentido novo: transforma-se em participação na obra salvífica de Jesus (CIC 1521).

O que isso significa? Significa que se oferecermos, unirmos tudo quanto sofremos à paixão de Cristo, este mesmo sofrimento contribui para nossa própria conversão e santificação, santificação da Igreja, da humanidade e para benefício das almas do purgatório. É a nossa participação na comunhão dos santos, para que sejamos libertados do pecado e cheguemos à comunhão com o Pai.

Ninguém deseja sofrer, no entanto, sabendo que o sofrimento pode ser, por Cristo, reparador, quando o sofrimento chegar (e ele chega!), da forma como se apresentar, não deve ser “desperdiçado”.

A compaixão de Cristo para com todos os que sofrem vai ao ponto de identificar-se com eles: “Estive doente e visitastes-me” (Mt 25, 36). Jesus não é expectador de nossas dores; Ele sofre conosco. Antes, podemos oferecer alívio e consolo ao Sagrado Coração de Jesus que, este sim, sofre pelas ofensas por nós cometidas, pela falta, sobretudo, de correspondência ao Seu amor por nós.

Não percamos tempo! Rezemos, sim, pela cura de nossas enfermidades e dores, físicas e espirituais, mas, enquanto Deus permitir que elas aconteçam em nossa vida, ofereçamos todas elas nesta intenção reparadora.

 

Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus

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