No texto bíblico sobre José do Egito que nos é narrado no livro do Gênesis, vemos a história dos irmãos que tramam contra a vida de José, o mais novo deles, e acabam por vendê-lo para o Egito. Desse fato em diante, José passou por muitas provações, das quais todas Deus o livrou. Por onde esteve, de escravo a governador do Egito, a narrativa ressalta: “o Senhor estava com José, e tudo lhe prosperava”. 

No momento do reencontro e do perdão de José aos seus irmãos, ele diz: «Não fostes vós que me fizestes vir para cá. Foi Deus. […] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem […] e um povo numeroso foi salvo» (Gn, 45, 8; 50, 20). 

O plano de Deus é maior, e José, em sua justiça e fidelidade, temente e cumpridor da vontade de Deus, foi colaborador, instrumento pelo qual o próprio Deus se serviu para libertar o povo do Egito da fome que devastaria o país e salvar, assim também, a família de José.  

Como nos afirma o Catecismo da Igreja Católica (§153), “com o tempo, é possível descobrir que Deus, na sua onipotente Providência, pode tirar um bem das consequências dum mal, causado pelas criaturas”. 

“Aos homens, Deus concede mesmo poderem participar livremente na sua Providência […] Cooperadores muitas vezes inconscientes da vontade divina, os homens podem entrar deliberadamente no plano divino, pelos seus atos e as suas orações, como também pelos seus sofrimentos (143). Tornam-se, então, plenamente «colaboradores de Deus» (1 Cor 3, 9) (144) e do seu Reino” (145). 

Que missão! Pensemos, então: estamos sendo, de fato, colaboradores de Deus, ou será que estamos somente querendo que Ele faça a “parte” Dele? Estamos abertos a participar do Plano e da Providência Divinos, sendo também obedientes, como José ao seu pai: “Eis-me aqui”? O quanto nossas ações e modo de ser e viver têm sido colaboradores para a ação divina? “E esta é uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em toda a ação das suas criaturas” (§146).  

Deus escolheu precisar de nós para agir e realizar suas obras, em nós mesmos, em nossa casa, em nossa família e assim por diante, cada um no estado ao qual é chamado, tendo em vista o cumprimento de Sua Divina Vontade e de Seu Reino. 

Sejam quais forem as circunstâncias, sejamos colaboradores da Providência.   

Criaturas unidas ao Criador, somos colaboradores do Reino e, “desde a nossa concepção, ordenados para Deus e destinados à eterna bem-aventurança” (§1711). 

 

Eliane Donaire
Departamento da Divina Vontade | Associação do Senhor Jesus

 

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