Um pouco da história: neste vídeo Thomas Fahy conta como teve contato com os escritos de Luísa Piccarreta e como, depois disso, se tornou um grande missionário da Divina Vontade. 

De volta ao ano 1973. Nós morávamos em São Petersburgo, Flórida, e uma senhora veio à nossa cidade para falar sobre Padre Pio. Eu queria ouvir o que ela tinha para falar, me tornei amigo dela; ela representava o mosteiro de Padre Pio nos Estados Unidos. Nós nos tornamos amigos e ela convidou minha esposa e eu para irmos à San Giovanni Rotondo no verão seguinte. Nós encontramos passagens aéreas muito baratas. Voamos primeiro para a Inglaterra e depois para França, para Paris, para ver o corpo incorrupto de Santa Catarina de Labouré, então fomos à Espanha. Quando estávamos na Espanha encontramos outro americano que nos falou sobre alguns padres com quem seria possível que ficássemos, depois de nossa viagem até a Itália. Poderíamos ficar com eles, que moravam em Frascati, perto de Roma. Então fizemos nossa viagem pela Itália. Fomos a San Giovanni Rotondo, e fomos para onde estes padres moravam; ficamos com eles por duas semanas.

Quando eles estavam fora, fazendo seus deveres com o bispo, às vezes, minha esposa e eu viajávamos, visitando vários místicos italianos que ainda estavam vivos. E tivemos experiências muito boas. Mas aí um dia nós voltamos para a casa onde os padres ficavam e todos, inclusive um irmão americano, que estava se preparando para ser padre, estavam todos fora, a serviço do bispo. Então nós chegamos lá por volta das três horas da tarde e tivemos que esperar por eles, para que abrissem a porta. Enquanto esperávamos, três homens chegaram de Milão, na Itália. Um deles era padre e os outros dois leigos. Eles carregavam uma maleta preta e nos perguntaram quando os padres retornariam de seus deveres e eu disse que provavelmente por volta das cinco horas. Quando os padres voltaram, o superior abriu a porta e pediu aos homens de Milão que entrassem para falar sobre o que tinha naquela maleta. Eu fiquei lá fora com minha esposa e o irmão americano. Nós nunca saberíamos o que tinha naquela maleta, a não ser que ouvíssemos, por acaso, o que tinha lá. Quando voltamos à América, nós abrimos uma livraria católica em São Petersburgo, Flórida, e tivemos muita sorte em ter muitos jovens que vinham à nossa loja e nos ouviam; alguns tinham vocações, acho que dois foram para o seminário e uma se tornou freira.

Bem, um outro jovem que queria se tornar padre, nós sugerimos que ele fosse ficar com aqueles padres em Frascati, na Itália, onde tínhamos ficado. Então, no dia 1 de agosto de 1973, ele foi até lá e descobriu o que havia naquela maleta, antes de mim. Ele descobriu que o que tinha dentro daquela maleta eram os escritos do Livro do Céu de Luísa Piccarreta. E eles começaram a lê-los. A princípio, eles pensaram que era impossível que aquilo fosse verdade, mas depois, quanto mais eles liam… um dos padres era um historiador bíblico, eles começaram a juntar as profecias do antigo testamento e do novo testamento e pouco a pouco eles ficaram muito envolvidos em promover os escritos de Luísa. Algumas semanas depois que aquele jovem americano chegou, eu recebi uma longa carta, quatro folhas com escritos na frente e no verso, sobre a nova descoberta dos escritos de Luísa; era outubro de 1973. A primeira vez que eu li a carta, não a entendi, mas minha alma se sentiu atraída a ela, mas eu não entendia por quê. Eu sempre fora ensinado que santos se tornaram santos sempre fazendo a Vontade Divina, este é o segredo da santidade: sempre fazer a vontade de Deus. No começo eu não pude entender a diferença entre os santos e esta nova doutrina espiritual. Mas tive a sorte que aqueles padres de Frascati eram, na verdade, mexicanos. Eles voltariam da Itália para o México e o avião deles pararia em Miami, então eles foram até minha cidade, onde eu morava; eles foram me visitar e explicaram as coisas para mim. Então, eu estava adquirindo mais e mais aquele conceito, aquela ideia, mas não podia realmente compreender.

O que me fez entender de fato foi que um dia, era meu aniversário em 1975, o superior daquele grupo de padres veio com um manuscrito que havia sido traduzido para o inglês chamado “O Dom da Divina Vontade”. Ele queria que eu pegasse aquele manuscrito e o publicasse como livros. Eu não tinha nenhuma experiência com publicação de livros, tudo que eu sabia era levar a algum lugar onde tirassem cópias. Mas naquela noite, e eu me lembro o momento exato em que aconteceu, eram 23:25, eu estava lendo o manuscrito, quando li uma passagem de Luísa sobre Deus Pai vendo Adão e Eva andando pelo Jardim do Éden. Eles andavam pelo jardim, colhiam flores e as cheirava; falava nesta passagem algumas coisas muito revoltantes para mim. Dizia que Deus Pai estava fascinado e animado por ver Adão e Eva andando pelo Jardim do Éden e colhendo flores para cheirar. Minha primeira reação foi: “Isso é ridículo”; como pode um Ser Infinito, o Deus Supremo estar possivelmente fascinado e animado por ver duas pessoas andando pelo Jardim do Éden? E Deus colocou imediatamente em minha cabeça, não utilizou palavras, mas colocou na minha cabeça, me disse através de meus pensamentos: “Você está certo. Seria ridículo para mim assistir a duas pessoas andando pelo Jardim do Éden. Mas o que me fascinou foi assistir a minha própria vontade operar em dois seres, Adão e Eva, além de somente em mim. Minha própria vontade foi dada a eles e Eu estava assistindo a minha própria vontade em cada passo deles; Eu assistia a minha própria vontade colhendo flores. Isso me fascinou, enquanto Deus.” E eu disse: “Agora entendo. Entendo a grande diferença entre a santidade dos santos e a santidade que Deus nos dá hoje.” Na verdade, ele diz: “Esta não é a santidade dos santos, esta é a santidade da Santíssima Trindade, esta é a santidade do próprio Deus. Esta santidade é gerada pela Divina Vontade. Quando Eu dou a minha vontade para outra criatura compartilhar conosco, esta santidade é a Santidade Divina.” Em outras partes Ele ensinou como a Divina Vontade age em nós, “nossos divinos, infinitos, eternos e imensos atos que não podem ser comparados a nenhum outro ato.” Ele disse: “Quando Adão deu um passo no Jardim do Éden, aquele passo tinha maior valor e poder que todos os atos de anjos e santos, ou seja, anjos antes de serem testados e terem ido para a visão beatífica, e todos os santos que viveram na terra. Quando as pessoas vão para o Céu elas têm que estar revestidas pela Divina Vontade; então ninguém pode entrar no Céu, na visão beatífica de Deus, sem antes ter sido revestido da Divina Vontade” .

Então aprendi que a razão disso é que só pode haver uma única vontade que reine e opere no Céu. Para Jesus deixar isto claro Ele disse: “ Se o Espírito Santo tiver uma vontade diferente da minha, nós dois não podemos estar felizes” porque um teria a vontade de fazer isso e o outro de fazer aquilo. E disse: “Não teríamos um acordo e estaríamos sempre em algum grau de infelicidade em nossa relação”. Porque em um Deus há três pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo, e eles têm uma mesma vontade pela qual os três vivem e operam. Foi assim que eu aprendi sobre a Divina Vontade e fiquei tão animado com isso que eu faria tudo para contar para outras pessoas. Era interessante que tínhamos muitas outras pessoas mais velhas que vinham à minha livraria durante a semana e falávamos sobre coisas divinas. Eu dizia a eles o que eu sabia sobre a Divina Vontade. O que eu acho interessante é que essas pessoas mais velhas aprendiam sobre a Divina Vontade, o mínimo, não muito, mas logo depois algumas morriam, e outras morriam… Sempre achei isso engraçado, estranho; eu as ensinava sobre a Divina Vontade e não muito tempo depois elas morriam. Então eu tive a oportunidade de percorrer mais de cem milhas para falar a uma senhora sobre a Vontade Divina. Eu viajei cem milhas até a casa dela, seu sobrenome era o mesmo nome da Oração do Pai Nosso: seu sobrenome era Padre Nostro. Eu achei interessante ter ensinado uma senhora cujo nome era “Pai Nosso”, mas, de qualquer forma, eu falei a ela sobre a Divina Vontade. Pouco a pouco comecei a escrever coisas, mas não foi antes dos anos 90 que as coisas começaram a se tornar maiores e comecei a receber convites para viajar por todo o mundo. Acho que são 45 países onde já estive, talvez com este seja 46, para falar sobre a Divina Vontade.

Nós nos mudamos para uma cidade grande na Flórida e iniciamos um centro, o “Centro Luísa Piccarreta para a Divina Vontade”. No início eu não sabia que precisava de permissão do bispo para poder falar, então apenas íamos e falávamos, mas depois eu soube que o arcebispo na Itália preferia que tivéssemos permissão do bispo local para falarmos. Então comecei a escrever cartas pedindo permissão. Eu tenho agora 42 cartas de bispos ou seus assistentes me dando permissão para falar e tenho permissão do meu próprio bispo e de minha própria diocese para falar sobre Luísa e a Divina Vontade. Tivemos, nos últimos 20 anos, 18 ou 19 conferências sobre a Divina Vontade. Alguns vinham de longe, de países estrangeiros, a maioria dos Estados Unidos e a maioria das conferências aconteceram na Flórida. Isto é tudo que me lembro agora sobre como me envolvi nisso. Mas eu estive em Corato muitas vezes, nem me lembro quantas vezes já estive lá. Me lembro que em 1993 descobri que havia um americano, bem mais velho, na Congregação dos Santos, entrei em contato com ele e disse “não sei muito sobre as regras da Igreja, sobre ter permissão para fazer isso ou aquilo; eu gostaria de me encontrar com você da próxima vez que eu estiver na Itália”. Então, consegui uma reunião em setembro de 1993 e fui encontrá-lo. Para encurtar a história, ele disse: “você é livre para falar sobre Luísa, é livre para fazer o que quiser”. Quero dizer, não há restrições para falar sobre Luísa ou escrever coisas sobre ela. Mas só mais tarde o arcebispo de sua diocese, por um período de tempo, por quatro anos, não nos permitiu publicar volumes inteiros de Luísa; tivemos que parar de publicar volumes inteiros. Depois ele mudou esta regra em 2002; fiquei feliz por isso.

Agora meu encontro com o padre Gobbi em 1981. Ele havia estado no México e de lá viria para a Flórida, onde eu morava. E eu já sabia sobre ele, já havia lido as revelações de Nossa Senhora feitas a ele. Eu tinha um amigo padre em uma igreja e foi ele quem convidou o padre Gobbi para estar ali e falar com as pessoas e padres. Então este meu amigo padre me convidou para me juntar aos padres e estar lá com eles em uma pequena reunião. Entramos em um prédio pequeno, (estavam fazendo alguns sanduíches e tudo mais para que o padre comesse), e eu consegui um assento perto do lugar onde colocaram os pratos para que os padres se servissem. Sentei encostado neste lugar e do outro lado estava o padre Gobbi. Então, de repente, o padre me disse para dar um prato ao padre Gobbi. Eu tinha comigo um pequeno livro chamado “A Virgem Maria no Reino da Divina Vontade”, impresso na Itália e que se encontrava na livraria de Frederico Olbrisch; eu queria dar esta cópia italiana ao padre Gobbi. Então, quando o padre me disse para entregar o prato a ele, fiquei feliz e fui até onde ele estava sentado, tinha uma mesa ao seu lado. Dei o prato para ele e coloquei o livro sobre a mesa. Um tempo depois, ele olhou para o livro e nas primeiras páginas em branco eu havia citado alguma coisa, escrevi em italiano para o padre e então, quando ele o pegou e começou a olhá-lo, acho que leu o que havia escrito e apontou ao outro padre e disse: “vamos para outra sala por alguns minutos”. Eles saíram da sala por alguns minutos e depois voltaram, e padre Gobbi disse ao padre que lesse minha anotação para todos os padres; e ele fez isso. O resto da história é assim: na Flórida, eu estava muito feliz e animado com aquilo, então uma semana depois, padre Gobbi estava em Connecticut, na parte norte dos Estados Unidos. Alguém me deu uma gravação de sua palestra, eu ouvi a fita e durante a palestra ele disse às pessoas: “Vocês não podem acreditar, vocês não podem acreditar, o Pai Nosso está agora sendo respondido. O Reino da Divina Vontade está vindo dentro das almas das pessoas, o Reino do Pai está vindo!” Ele falou sobre isso por algum tempo, muito animado, e eu me senti muito feliz por a  minha experiência com o padre Gobbi ter acontecido desta forma.

Tradução: Pâmela Zambuzzi (texto) / Fernando Nascimento (voz)