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A alma para sua Mãe dolorosa:

Minha Querida e Dolorosa Mãe, hoje mais do que nunca, sinto a necessidade irresistível de estar perto da Senhora. Não, não me afastarei do seu lado, para ser a espectadora de suas amargas tristezas e peço-lhe, como filha, a graça de depositar em mim, suas dores e as de seu Filho Jesus, e até mesmo sua própria morte, para que a sua morte e as suas dores possam me dar a graça de fazer morrer continuamente a minha vontade e sobre ela ressurgir a vida da Divina Vontade.

Lição da Rainha das Dores:

Querida filha, não me negue sua companhia na minha tão grande amargura. A Divindade já decretou o último dia para o meu Filho aqui na terra. Um apóstolo já O traiu, entregando-O às mãos dos judeus, para fazê-Lo morrer. Já meu querido Filho, dando-Se em excesso de amor e não querendo deixar os seus filhos, por quem, com tanto amor, veio a procurar sobre a terra, deixa-Se no Sacramento da Eucaristia, para que quem O desejar possa possuí-Lo. Assim, a vida de meu Filho está para terminar; e Ele está para voar à Pátria Celeste.

Querida filha, o Fiat Divino deu-O para mim; e eu, no Fiat Divino, O recebi. Agora, no mesmo Fiat, faço a entrega d’Ele.

Meu Coração está despedaçado. Vários mares de dores me inundam. Sinto a minha vida desmaiando pela agonia atroz. Mas não poderia negar nada ao Fiat Divino; em vez disso, sentia-me disposta a sacrificá-Lo no Querer Divino e Onipotente; e eu sentia tal força em virtude d’Esse, que me contentava em morrer, em vez de negar qualquer coisa à Divina Vontade.

Agora, minha filha, ouça-me: meu Coração maternal foi afogado em dores. Só o pensamento de que meu Filho, meu Deus, minha Vida, devia morrer é mais do que morte para sua Mãe; e ainda, sei que devo viver. Que agonia! Que fendas profundas foram encontradas em meu Coração, como se os cortes das espadas passassem através de mim!

No entanto, minha filha, dói-me dizer; mas devo dizer-lhe: nessas dores e brechas profundas, e nas dores do meu Filho amado, estava a sua alma, sua vontade humana, que não se deixando dominar pela de Deus, nós a cobrimos com dores, nós a embalsamamos e a fortificamos com o nosso sofrimento, de modo que se dispusesse a receber a Vida da Divina Vontade.

Ah! se o Fiat Divino não me tivesse sustentado e não houvesse continuado seu curso, de infinitos mares de luz, de alegria, de felicidade ao longo dos mares de minhas amargas tristezas, eu teria morrido tantas vezes, por tantas dores que meu querido Filho sofreu! Oh! como eu agonizava quando, pela última vez, Ele me deixou vê-Lo pálido, com uma tristeza semelhante à morte em Seu rosto, e com voz trêmula, como se quisesse entrar em soluços, disse-me: “Mamãe, adeus! Abençoe seu Filho e me dê a obediência para morrer. O meu e o seu Fiat Divino me fez ser concebido, e o meu e o seu Fiat Divino me deve fazer morrer. Rapidamente, ó querida Mãe, pronuncie seu Fiat e diga-me: Eu O abençoo e Lhe dou a obediência para morrer crucificado! Assim quer o Eterno Querer, assim também quero.”

Minha filha, que dor repentina transpassou meu Coração! No entanto, devo dizer-lhe que em nós não existiam dores forçadas, mas todas voluntárias. E assim, quando nós dois nos abençoamos e nos entregamos um olhar que não sabia como se separar do objeto amado, meu querido Filho, minha doce Vida, partiu; e eu, sua Mãe dolorosa, deixei. Mas o olho da minha alma nunca O perdeu de vista. Segui-O no Horto, em sua tremenda agonia; e, oh! como meu Coração sangrou ao vê-Lo abandonado por todos e até mesmo por seus Apóstolos mais queridos e fiéis!

Minha filha, o abandono de pessoas queridas é uma das maiores dores para um coração humano, na hora tempestuosa da vida, especialmente para o meu Filho, que os amou e os beneficiou tanto, e que estava no ato de dar a vida por aqueles mesmos que já O haviam abandonado na hora extrema de sua vida; pelo contrário, eles fugiram! Que tristeza! Que tristeza! E eu, ao vê-Lo suar sangue, agonizar, agonizava ao mesmo tempo e O apoiava em meus braços maternos. Eu era inseparável do meu Filho; Suas dores se refletiam no meu Coração, liquefeito pela dor e pelo amor; e sentia-as mais do que se fossem minhas. Eu O segui assim a noite toda. Não houve dor nem acusação que Lhe fizeram, que não ressoasse no meu Coração. Mas no início da madrugada, não aguentei mais, e acompanhada pelo discípulo João, pela Madalena e por outras mulheres piedosas, quis segui-Lo passo a passo, de um tribunal para outro, até mesmo corporalmente.

Minha querida filha, eu sentia o banho de golpes que derramaram sobre o corpo nu de meu Filho; ouvi as piadas, o riso satânico e os golpes que fizeram em sua cabeça enquanto O coroavam com espinhos. Eu O vi quando Pilatos O mostrou ao povo, desfigurado e irreconhecível; meus ouvidos ficaram ensurdecedores ao ouvir: “Crucifica-O, crucifica-O!” Eu O vi carregar a cruz sobre os ombros, sem fôlego, exausto; e, não podendo suportar isso, acelerei meus passos para dar-Lhe o último abraço e para limpar seu rosto, todo banhado em sangue. Mas, não! Para nós, não houve piedade. Os cruéis soldados puxaram-No com cordas e fizeram-No cair. 

Querida filha, que penas dilacerantes não poder socorrer as tantas dores do meu querido Filho! Portanto, cada sofrimento abriu um mar de dores no meu Coração transpassado. Finalmente, segui-O até o Calvário, onde, no meio de dores inauditas e contorções horríveis, foi crucificado e elevado numa cruz. Só então me foi concedido estar no pé da cruz, para receber de seus lábios moribundos, o dom de todos os meus filhos e o direito e o selo da minha maternidade sobre todas as criaturas.

E pouco depois, entre as agonias inauditas, expirou. Toda a natureza se vestiu de luto e chorou a morte de seu Criador. Chorou o sol, escurecendo-se e retirando-se horrorizado da face da terra. Chorou a terra, com um forte tremor, abrindo-se em vários lugares, com tristeza pela morte de seu Criador. Todos choraram: os túmulos com o abrir-se; os mortos ao ressurgir; e mesmo o véu do Templo chorou de tristeza com o rasgar-se. Todos perderam seu brilho e sentiram terror e espanto. Minha filha, sua Mãe estava petrificada de dor, esperando-O em meus braços para enterrá-Lo no túmulo. 

Agora, escute-me na minha tristeza intensa: quero falar-lhe com as dores do meu Filho sobre os graves males de sua vontade humana. Olhe para Ele nos meus braços dolorosos. Como é desfigurado! É o verdadeiro retrato dos males que a vontade humana faz para as pobres criaturas. Meu querido Filho queria sofrer muitas dores, para elevar essa vontade caída no fundo de todas as misérias; e cada dor de Jesus, cada uma das minhas dores, chamam-na a ressurgir na Vontade Divina. Tanto foi nosso amor, que para colocar esta vontade humana em segurança, a preenchemos com as nossas dores, até afogá-la e enterrá-la dentro dos mares imensos das minhas dores e daqueles do meu amado Filho.

Portanto, neste dia de dor para sua Mãe Dolorosa, que é tudo por você, dê-me em troca a sua vontade em minhas mãos, para que eu possa enterrá-la nas feridas sangrentas de Jesus, como a mais bela vitória de sua paixão e morte, e como triunfo das minhas mais amargas dores.

A Alma:
Mãe Dolorosa, suas palavras ferem meu coração; e me sinto morrer ao ouvir que foi a minha vontade rebelde que a fez sofrer tanto. Portanto, imploro que a encerre nas chagas de Jesus, para viver das suas aflições e das suas dores mais amargas.

Pequena flor:
Hoje, para me honrar, beijará as chagas de Jesus, fazendo cinco atos de amor, rezando para que minhas dores possam selar sua vontade na abertura de seu Lado Sagrado.

Jaculatória:
As chagas de Jesus e as dores de minha Mãe, deem-me a graça de fazer ressurgir a minha vontade na Vontade de Deus.