Ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”.

Morte é um assunto que poucos de nós nos atrevemos a falar; evitamos, mas ela, pelo nosso pecado, faz parte da vida; e é por ela que entramos na vida eterna. Por nossos queridos que se foram, ofereçamos as nossas orações.

Ensina-nos a nossa fé católica que “é um pensamento santo e salutar rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados” (2 Mac 12, 46). Tenhamos fé e jamais nos esqueçamos que “aos que morrem piedosamente está reservada uma bela recompensa”. Por eles ofereçamos também sufrágios, “pois o mais insignificante dos nossos atos, realizado na caridade, reverte em proveito de todos, numa solidariedade com todos os homens, vivos ou defuntos, que se funda na comunhão dos santos” (CIC 961). Eis o que podemos fazer de melhor para aqueles a quem amamos! E a Igreja dedica esse mês de novembro à oração pelos falecidos!

A morte sempre nos faz pensar na vida, no seu propósito. Nascemos não para outro objetivo senão amar a Deus. Devemos amá-lo em primeiro lugar, sobre todas as coisas; este é o primeiro mandamento, que se traduz em amá-lo em tudo o que Ele nos concede: família, amigos, desconhecidos; nas nossas ações diárias, desde o início do dia até o fim dele; nas alegrias e nas tristezas. Não nos faltam oportunidade de amar a Deus e nos relacionarmos com Ele. São essa relação e intimidade, afinal, que farão com que a nossa vida tenha real sentido e valor. Amando a Deus é que descobrimos que “nenhum de nós vive para si mesmo, e nenhum de nós morre para si mesmo” (Rm 14, 7). Na união e na conformidade com Deus, pelos méritos de Jesus, não tememos nem a vida nem a morte! É na perfeita amizade com Ele que está a fonte da nossa santidade, que deve ser vivida já aqui na terra (essa é a vocação de todo cristão pelo Batismo). É a união com Deus, pelo Espírito, que nos permite viver a vida nova em Cristo. Quanto mais unidos a Ele, mais renunciamos a nós próprios e, portanto, mais configurados à sua vontade estaremos. Assim, a vida e a morte têm um novo sentido.

Deus nos chama. Temos vivido separados d´Ele. É hora de respondermos. Que o nosso “sim” seja “sim”, pela graça do Espírito Santo que nos une a Ele. Vivamos com Cristo, por Cristo e em Cristo. Ele quer “completar em nós a nossa santificação, a santificação dos que por Ele foram salvos”.

E a morte? Esta não tem a palavra final; Cristo a venceu: “Ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4, 16).

Texto: Eliane Donaire, adaptado da publicação feita na revista Brasil Cristão, novembro 2020 (www.asj.org.br)