Ó meu dulcíssimo Senhor, eu Te dou graças, porque Te dignastes ter-me em Tua companhia, por um momento, na Tua tremenda agonia no Horto. Ai, ó meu Bom Jesus, como foi pouco o conforto que pudeste encontrar  em mim! Mas o Teu Amor infinito e a superabundância da caridade de Teu Piedoso Coração levam-Te a encontrar alívio, mesmo no mínimo ato de compaixão que a criatura Te demonstra. Ah! Nunca mais se me apagará, da vista a Tua adorável pessoa a tremer, abatida, humilhada no pó e toda coberta de suor de sangue no horror profundo do Getsêmani.

Ó Jesus, experimentei que estar Contigo no sofrimento, sentir também uma gota de amargura angustiante do Teu Divino Coração, é a maior sorte que se pode ter sobre esta terra.

Ó Jesus, com generosidade renuncio às coisas terrenas e passageiras; só quero a Ti, ó meu Senhor oprimido, sofredor e aflito. Do Horto ao Calvário, quero fazer-Te fiel e doce companhia.

Ó Jesus, faz-me prender e comparecer Contigo aos tribunais; faz-me tomar parte nos ultrajes, nos insultos, nos escarros, nos socos com os quais Teus inimigos Te cobrirão. Conduz-me Contigo, de Pilatos a Herodes e de Herodes a Pilatos.

Prende-me Contigo à coluna e faz-me sentir uma parte de Teus flagelos; Jesus, dá-me alguns dos Teus espinhos para que me trespassem. Faz com que eu seja condenado Contigo a morrer crucificado: Tu, como vítima de amor por mim; e eu, como Tua vítima de expiação por meus pecados. Dá-me a sorte do Cirineu, para Te seguir até ao Calvário, e ali faz com que eu seja pregado sobre a Cruz e Contigo agonize e morra.

Ó Mãe Dolorosa, que me ajudaste a ter compaixão de Jesus agonizante no Horto, ajuda-me a estar contigo, crucificado sobre a mesma Cruz de Jesus, e saber oferecer-Lhe as mais dignas reparações com os próprios méritos da Sua Paixão e Morte de Cruz. Amém.