Santo Aníbal Maria Di Francia (5 de julho de 1851 – 1º de junho de 1927)

  • Em 5 de julho de 1851, nascia em Messina, na Itália, Aníbal Maria Di Francia, o terceiro entre os quatro filhos do casal Francisco e Ana Toscano.
    Com apenas um ano, Aníbal torna-se órfão de pai, fato que certamente contribuiu para que, por sua compaixão aos órfãos, ficasse ainda mais latente a sua vocação: o cuidado aos órfãos e pobres.
  • Aos 17 anos, Aníbal intui a necessidade de rezar pelas vocações, e tempo depois encontra no evangelho o que seria a afirmação à sua intuição:  “Pedi ao dono da messe que envie operários para a sua messe (Mt 9,38).
    Eloquente e apaixonado pelas Letras,  aos 19 anos Aníbal recebe o diploma de professor.
  • Aos 25, recebe o diaconato.
  • Aos 27, encontrou-se, providencialmente, com o pobre Francisco Zancone, e a partir daí torna-se claro o caminho que queria seguir: Aníbal recebe a ordenação sacerdotal aos 27 anos e em seguida começa o seu apostolado entre os pobres do bairro de Avinhão.
  • Aos 31, torna-se cônego e inicia, meses depois, o primeiro orfanato feminino: no ano seguinte, o orfanato masculino.
  • Aos 33, Aníbal implanta a primeira tipografia, que junto à alfaiataria e uma sapataria, serve para inserir, pela aprendizagem de uma profissão, os órfãos na sociedade. Em sua tipografia é impresso, em 1885, a primeira oração às vocações para obter os “bons operários” para a Igreja. Anos depois, nesta mesma tipografia, tem início a publicação do periódico “Deus e Próximo”. Foi ali que, em 1915, seria impresso pelo próprio Aníbal a primeira edição de “O Relógio da Paixão”, da Serva de Deus Luísa Piccarreta.
  • O padre Aníbal e Luísa Piccarreta se conheceram em 1910, quando ele desejava abrir em Trani uma casa, masculina e feminina, da sua congregação nascente. Tendo tomado conhecimento de Luísa Piccarreta, foi visitá-la e a partir desse momento estas duas almas foram unidas por propósitos comuns. As visitas do padre à casa de Luísa eram frequentes, permanecendo os dois por horas em diálogos espirituais, após os quais, muitas vezes, acontecia a celebração da Santa Missa.Tendo tido contato com os escritos de Luísa e por reconhecer neles a “ciência divina”, por inúmeras vezes Aníbal levou até Luísa diversos teólogos e, após as arrebatadoras conversas, estes debatiam outras tantas horas sobre o que tinham acabado ouvir.

    Era comum que Padre Aníbal fizesse algumas palestras aos frequentadores da casa de Luísa, principalmente os jovens, que mais tarde se tornavam frutos vivos destas ministrações. Foram muitas as jovens que se tornaram religiosas e tantos outros rapazes que aderiram a vida sacerdotal. Até mesmo a Congregação do Padre Aníbal, que estava ainda em seus primeiros passos, herdou vários desses rapazes e moças. A casa de Luísa havia se tornado uma extensão da igreja para Padre Aníbal, a ponto de muitas pessoas e seminaristas irem à casa de Luísa para confessar-se com o Padre Aníbal.

    Durante 17 anos intensificou-se esta amizade espiritual entre o Padre Aníbal Maria Di Francia e Luísa Piccarreta, tendo ele se tornado o revisor eclesiástico dos escritos dela, além de seu confessor extraordinário.

    Conta-se que, no início, as Congregações fundadas por Aníbal Maria Di Francia nutriam forte influência da espiritualidade baseada nos escritos de Luísa. Entre os testemunhos conservados da relação de Padre Aníbal e Luísa, encontram-se várias cartas que o Padre Aníbal lhe escreveu durante os dois últimos anos da sua vida (1925-1927). Nestas cartas podemos ver como a Divina Vontade foi abrindo-Se caminho naquela alma; nelas Padre Aníbal manifesta claramente como a Divina Vontade passou a ser o centro da sua vida e da sua espiritualidade. Escreve ele:

    “Atualmente, na minha meditação da manhã, além das ‘Horas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo’, leio também, com muita calma e medito, dois ou três capítulos dos seus escritos sobre a Divina Vontade, e as impressões que me causam são muito íntimas e profundas! E descubro neles uma ciência sublime e divina, apesar de ainda não a ter conseguido penetrar totalmente, devido à minha pouca inteligência. É necessário dar a conhecer estes escritos ao mundo. Creio que farão muito bem. Apesar de ser tão sublime esta ciência da Divina Vontade, sendo estes escritos ditados pelo Céu, apresentam-na clara e pura. E segundo o meu parecer, nenhuma inteligência humana a poderia formular”.

    Além de “O Relógio da Paixão”, Padre Aníbal foi revisor de 19 dos 36 volumes do Livro do Céu, escritos por Luísa Piccarreta,  e por seu envolvimento e dedicação, recebeu do próprio Jesus o título de “Primeiro Apóstolo do Reino do Fiat Divino”: “Tu pensas que foi por acaso a vinda do padre Di Francia, que manifesta tanto interesse e que tomou a peito a publicação daquilo que diz respeito à Minha Vontade? Não, não. Eu que dispus que fosse assim; é um ato providencial da Suprema Vontade que quer que seja ele o primeiro apóstolo e mensageiro do Fiat Divino” (Jesus à Serva de Deus Luísa Piccarreta, 6/11/1926).

    Além da amizade, Aníbal nutria um cuidado muito grande com Luísa, a ponto de, mesmo tendo edificado duas casas da Congregação do Divino Zelo em Trani, se obstinou a edificar uma casa na cidade de Corato, próximo ao lugar onde Luísa nascera. No entanto, Aníbal faleceu antes que a casa fosse finalizada. Luísa ingressou nas Religiosas do Divino Zelo somente dois anos após a morte de Padre Aníbal (aos 76 anos, em 1º de junho de 1927).

    Em 7 de outubro de 1990 Aníbal Maria Di Francia foi beatificado pelo Papa João Paulo II e sua canonização se deu em 16 de maio de 2004, também sob o papado de João Paulo II.

    Tendo sido levado às honras dos altares, Santo Aníbal Maria Di Francia trouxe à evidência os escritos de Luísa Piccarreta.

    https://www.divinavontade.com/luisaesantoanibal/
    https://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20040516_di-francia_po.html
    https://www.rogacionistas.org.br/